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O Paraná Banco, que se consolidou como um banco médio, voltado para o crédito consignado, está diversificando seus negócios. A instituição, ligada ao grupo J.Malucelli, está de olho em um dos negócios mais cobiçados atualmente no mercado financeiro: o financiamento para pequenas e médias empresas, o chamado middle market, no jargão do setor. Sem muito alarde, o banco começou a operar nesse mercado há dois anos e hoje esse segmento representa 15% dos resultados. A meta é que de três a cinco anos esse porcentual suba para entre 30% e 50%, segundo Laercio Schulze de Sousa, diretor financeiro e de relações com investidores. O executivo, economista que assumiu o posto em janeiro, trabalhou antes no Daycoval, outro banco médio que trilhou o mesmo caminho. Para ele, o mercado de crédito com desconto em folha está amadurecendo e, embora tenha potencial grande de crescimento, não apresentará a mesma curva de expansão por muito anos. Em 2012, o saldo de operações desse mercado somou R$ 188,9 bilhões, 18% mais que em 2011. O Paraná Banco fechou 2012 com uma carteira de crédito total R$ 2,5 bilhões, o que representou um crescimento de 25% sobre o ano anterior.

O Paraná Banco ficou conhecido como um banco de crédito consignado. Mas esse mercado vai continuar a crescer como no passado?

Acredito que ele cobre 50% do mercado potencial, mas esse é um segmento que está maturando e se transformou em commoditie. Ele obviamente representa um modelo de baixo risco – o Paraná Banco, por exemplo, só empresta para funcionários públicos. Mas a curva de crescimento não será mais a mesma.

Isso quer dizer que o Paraná Banco vai procurar diversificar seus negócios?

O nosso foco está em crescer no middle market, que começamos há cerca de dois anos. Em 2012, a carteira de crédito consignado aumentou 20% e a de middle 38%. É uma operação de maior risco, muito competitivo, porque os grandes bancos querem ganhar espaço nesse segmento, mas é interessante. Para nós, ele representa um potencial de sinergia com as outras empresas do grupo. Podemos oferecer crédito para as empresas fornecedoras, por exemplo. Mas nossa estratégia é conservadora. O nosso objetivo não é participação de mercado, mas a participação desse segmento na nossa carteira.

Que empresas têm tomado esses financiamentos e para que finalidade?

Nossos clientes são da indústria e do comércio. A maioria é bastante bancarizada e tem acesso ao crédito em grandes bancos também. Emprestamos principalmente para capital de giro, com prazo de 90 a 180 dias. O nosso foco está no Sul e no Sudoeste de São Paulo. Além disso, vamos tentar atrair também clientes do agronegócio. Vamos iniciar também operações de financiamento de exportações e importações e compra e cessão de crédito.

O mercado viu, nos últimos anos, problemas de bancos médios, como Cruzeiro do Sul, PanAmericano. O BMG, também com forte atuação em crédito consignado, foi adquirido pelo Itaú no ano passado. Onde esses bancos erraram?

Não vou entrar no mérito das fraudes envolvendo as instituições, mas alguns adotaram um modelo não compatível com o longo prazo. Para tanto, elas precisam ter bom capital e uma boa estrutura de funding. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos 5 mil bancos médios. Aqui, ainda temos de avançar nesse mercado.

Há uma tendência de bancos em dificuldades fazerem parcerias ou serem adquiridos. O Paraná Banco pensa em algo parecido?

Não. Aquisições estão descartadas, porque nesse segmento, um mais um nunca é dois. Com a sinergia, esse resultado em geral é 1,2. Em geral se carrega alguns passivos indesejáveis.

Como o banco vê a economia para 2013?

Esperamos um crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) de 3% e inflação de 6% no fim do ano.

O Banco Central, na sua avaliação, subirá a taxa de juros na próxima reunião, em abril?

Embora o mercado espere uma alta de 0,5 ponto porcentual, acreditamos que o BC vai esperar. Tudo indica que o governo vai apostar em novas desonerações antes de subir a taxa de juros. Mas a tendência é de inflação ainda alta em março.

Laercio Schulze de Sousa, diretor financeiro e de relações com investidores do Paraná Banco.

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