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Na bomba

Após operação, preço do etanol continua em alta

Ponta Grossa - Maria Gizele da Silva, da sucursal

Um dia após a Operação Predador, o preço do etanol nas bombas continua subindo. Em Umuarama, onde quatro empresários do ramo foram presos, a alta atingiu 14,5%. Em Ponta Grossa, Londrina e Maringá, o produto também ficou mais caro. Em Campo Mourão, que registrou três prisões de donos de postos, não houve alteração de preço.

Quem abasteceu o carro ontem em Umuarama encontrou etanol a R$ 2,29 – no começo da semana, ele custava em média R$ 2,00. Em Ponta Grossa, cidade que não registrou prisões, mas teve seis denúncias formalizadas pelo Ministério Público, o preço do combustível em 11 postos consultados varia de R$ 2,06 a R$ 2,43. Na semana passada, o etanol ainda era encontrado por R$ 1,99 na cidade. Em Maringá, o produto passou de R$ 2,19, no começo da semana, para R$ 2,29 ontem.

Nem todos os donos de postos ligam a alta à operação do Gaeco. "O álcool está subindo todo dia. Eu paguei R$ 2,13 pelo litro nesta semana. Não sei dizer por que alguns postos estão vendendo por menos", comenta Djanuzi Fontini Reis, revendedor em Ponta Grossa. Um empresário de Umuarama, que preferiu não ter o nome divulgado, admitiu que a operação fez alguns postos voltarem a praticar o preço de mercado. "O custo de um litro de álcool na distribuidora está em R$ 1,98, o que não permite a venda por até R$ 1,90, como estava ocorrendo na cidade", afirmou o empresário.

Apesar dos reajustes, o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, acredita que os preços do álcool devem cair entre 15 e 20 dias, por conta da safra, mas não quis ligar a operação policial ao aumento nas bombas. "Seria prematuro fazer uma previsão sobre o efeito da operação nos preços. Acredito que poderá haver uma autorregulação do mercado, mas isso ainda permanece uma incógnita", disse.

Colaboraram Julio Cesar Lima, da Redação; Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão, Osmar Nunes, correspondente em Umuarama, Amanda de Santa, do Jornal de Londrina e Fábio Guillen, da Gazeta Maringá.

Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Álcool a R$ 2,25 em Ponta Grossa: dias atrás, ainda havia preços abaixo de R$ 2

O esquema de fraudes na distribuição do álccol combustível, por meio do subfaturamento de preços e de sonegação fiscal, tem sido investigado pela Secretaria de Estado da Fazenda há alguns anos. Como resultado, dados da secretaria indicam que estão em julgamento aproximadamente R$ 700 milhões originários de multas aplicadas a distribuidoras de álcool que não cumpriram as exigências técnicas ou que sonegaram impostos ao Tesouro do estado. As ações, porém, não têm data para serem julgadas.

Os nomes das empresas e os valores que cada uma delas deve ao estado estão sob segredo de Justiça e as ações – a maioria delas recursos impetrados pelas empresas – estão sendo analisadas dentro da própria secretaria. Anteontem, a Operação Predador, desencadeada pelo Gaeco e pelas polícias Civil e Militar, levou 12 donos de distribuidoras e postos de combustíveis no Paraná à prisão por crimes contra a economia e formação de quadrilha; também foram executados 35 mandados de busca e apreensão. O esquema, segundo a polícia, rendeu cerca de R$ 300 milhões originados em subfaturamento nas notas e repasses aos revendedores com margens de lucros maiores, sem tributações.

Apesar da continuidade das investigações, ontem não houve prisões, segundo o coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti. "Nós nos reunimos hoje [ontem] para fazer uma análise das ações, o modo como foram realizadas as abordagens e os resultados alcançados, mas podemos garantir que a operação permanece em curso", disse.

No âmbito estadual, o inspetor Cláudio Ribas, da Inspetoria de Tributação de ICMS, ligada à Secretaria de Estado da Fazenda, afirmou que sempre houve um trabalho contínuo de acompanhamento. "As empresas foram multadas, algumas tiveram suspensas suas licenças, mas a maioria recorre, entra com recursos e isso envolve tempo", explicou. Para combater e reduzir os índices de sonegação, a secretaria estuda alternativas ao formato de tributação existente. As novas medidas, que incluem a adoção do sistema Preço Médio Ponderado Final (PMPF), cuja tributação é feita sobre um valor determinado, estão sendo analisadas e podem ser alteradas ainda neste semestre. O processo pode ser acelerado por conta da fragilidade fiscal do estado, que, juntamente com Minas Gerais, sofre as maiores perdas com a sonegação fiscal no segmento.

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