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Grandes investem em tecnologia da informação

As escolas de médio porte se espelham nas modernas estruturas gerenciais dos grandes grupos da capital, como o Expoente, que se considera profissional desde a criação, em 1986. A direção estudou a estrutura de ensino de outros países e tomou decisões como a de contratar apenas pessoas do mercado para administrar o grupo. "Trazer o marketing para o ensino significou atender melhor às necessidades dos clientes", conta o diretor geral Armindo Angerer. Hoje o grupo tem 3 mil alunos.

No ano 2000, foi a vez da adoção da gestão pela internet. A informatização é antiga nos grandes grupos mas exige adaptações conforme novas unidades são agregadas. É o caso do Bom Jesus, que precisou integrar informações num data center único para centralizar a gestão de 23 unidades espalhadas por Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

"Agora todos os funcionários usam o mesmo padrão", diz o gerente de Tecnologia da Informação (TI) do Bom Jesus, Sérgio Santi. A implantação do sistema em novas escolas leva 45 dias. Santi recomenda a outros estabelecimentos de ensino que se organizem antes da integração eletrônica. "Senão, o sistema não adianta." O grupo Bom Jesus investe 1% da receita em TI.

Escolas de médio porte estão investindo mais na profissionalização da gestão, lição de casa obrigatória para pelo menos 20% das escolas brasileiras – consideradas de porte médio para cima. Elas querem escapar da sina de muitas que, mesmo com um ótimo modelo pedagógico, não resistem ao mercado e quebram.

Depois de administrar a escola Atuação por 24 anos, a psicopedagoga Esther Cristina Pereira foi buscar ferramentas para melhorar o trabalho num MBA (pós-graduação em administração de empresas). "Quase morri no meio de 33 engenheiros, mas aprendi a separar a coordenação por áreas, coloquei uma pessoa só para cuidar dos recursos humanos e passei a delegar tarefas", conta. Com isso, o atendimento aos pais dos 550 alunos melhorou e os problemas são resolvidos rapidamente.

Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), José Caron Júnior, o principal problema que escolas de gestão "caseira" precisam resolver é o pouco conhecimento das próprias finanças. "Por incrível que pareça, não são todas que sabem quanto entra e sai de dinheiro", diz. "Muitas alegam que o contador já cuida das finanças, mas ele não está presente no dia-a-dia para gerir o negócio."

Era o caso da escola Projeção, de 250 alunos, cujo contador administrava as finanças. "Não era função dele. Agora centralizo a gestão", conta o proprietário José Carlos Torres. Se antes ele passava horas procurando dados para responder a questionamentos dos pais, agora o trabalho é facilitado com a ajuda de um software. A próxima fase será a geração do boleto on-line pelos pais.

Aquelas que não podem pagar o preço da profissionalização valem-se de empresas especialistas em gestão de escolas, como a Controller Tecnologia e Sistemas, de Joinville (SC), que já implantou software básico de gestão gratuito em 20 estabelecimentos de ensino do Paraná. O "Escola Via Net" permite gerenciar o cadastro escolar, a documentação que deve ser enviada digitalmente ao Ministério da Educação e boletins.

A escola Terceira Dimensão adotou o programa na metade de julho para gerenciar a documentação de seus 200 alunos. Comemora a correção de erros e adoção de melhorias no dia-a-dia da administração. "Antes perdíamos tempo quando não recebíamos a informação de que um pai havia pago a mensalidade, devido a um erro de digitação, por exemplo", conta o auxiliar administrativo Luiz Guidolin Júnior.

O módulo avançado do sistema tem agenda e controle de compras eletrônico, entre outras vantagens. Para uma escola com até 100 alunos, o preço do pacote completo é de R$ 1 por aluno/ mês. Escolas com mais de mil alunos pagam R$ 0,55 por aluno/mês.

O Paraná tem 1,8 mil escolas (incluindo faculdades, academias e escolas de línguas), com 2 milhões de alunos. Londrina e Maringá não entram nesta conta. Em Curitiba são mil escolas com 350 mil alunos. O setor de educação responde por 1,3% do PIB nacional.

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