• Carregando...

Madri e São Paulo - A Espanha vai apresentar uma série de novas reformas econômicas na reunião de líderes da União Europeia que termina hoje em Bruxelas. O primeiro-ministro da Espanha, José Luís Rodriguez Zapatero, quer mostrar aos outros líderes europeus detalhes de "cerca de uma dúzia" de novas medidas para reformar a economia do país, segundo seu consultor econômico, Javier Valles.

O consultor afirmou que as medidas terão relação com áreas que foram identificadas como prioritárias para os países da zona do euro na reunião de cúpula da UE do início deste mês: competitividade, controle orçamentário, emprego e estabilidade financeira.

Enquanto isso, durante uma conferência em Madri, a ministra de Finanças espanhola, Elena Salgado, afirmou que é muito cedo para avaliar o impacto econômico da renúncia do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. O aumento da incerteza política em Portugal deverá levar o país fragilizado fiscalmente a procurar um socorro financeiro internacional e levantou questões sobre se a Espanha, que enfrenta alguns problemas iguais aos do vizinho, será forçada a fazer o mesmo. "Nós temos de continuar cumprindo os nossos compromissos, fortalecendo a nossa economia", disse a ministra espanhola.

A 20% e subindo, a taxa de desemprego da Espanha é de longe a maior da zona do euro. Autoridades do governo também têm afirmado que querem reforçar os controles sobre o orçamento de governos regionais, que são responsáveis por mais de 30% dos gastos da Espanha.

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a classificação atribuída a 30 bancos espanhóis, reforçando as suspeitas em torno da solidez do sistema financeiro desse país. Entre as dezenas de instituições financeiras "alvejadas" pela agência, porém, não estão os três maiores bancos da Espanha, ainda uma das maiores economias da Europa.

Os analistas da Moody’s ressaltaram as pressões sobre as dívidas soberanas da Espanha, bem como a perda de participação no mercado das instituições financeiras de menor porte, à medida em que o setor bancário local se consolida. Os ratings de alguns bancos foram rebaixados em um ou dois níveis, em boa parte dos casos. Uma minoria (cinco bancos) teve sua nota rebaixada entre três e quatro níveis.

No último dia 10, a agência de classificação de risco já havia rebaixado a nota da dívida soberana espanhola de Aa1 para Aa2, ainda no nível de "grau de investimento" (de menor risco). A Moody’s justificou a decisão indicando dificuldades na reestruturação do sistema financeiro europeu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]