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Crescimento espanhol deve ser mais baixo que se pensava | Juan Medina/Reuters
Crescimento espanhol deve ser mais baixo que se pensava| Foto: Juan Medina/Reuters

A crise que começou na Grécia balançou ontem os países ibéricos mais uma vez: a Espanha viu seus títulos de dívida soberana serem rebaixados pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) – o que significa que o país passa a representar um risco maior para investidores – e Portugal antecipou de 2011 para este ano seu agressivo plano de arrocho fiscal, numa tentativa de reaver a confiança do mercado global.A nota de risco de crédito da dívida soberana da Espanha caiu de AA+ para AA, mantendo ainda o grau de investimento, reservado para países considerados bons pagadores. A S&P entende que o país deverá sofrer "por longo período de débil crescimento econômico". O rebaixamento fez o euro cair para o patamar mais baixo ante o dólar em um ano. Analistas avaliam que, porque a Espanha é uma economia muito maior do que Grécia e Portugal juntos, uma piora da avaliação de crédito do país poderá criar ainda maiores dores de cabeça para a zona do euro.

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, minimizou a importância dos rebaixamentos e disse que as agências "nem sempre acertam". "As pessoas acreditam e, por isso, têm influência a curto prazo, mas, a longo prazo, o que predomina são outros fatores."

Como resposta ao rebaixamento da nota de risco portuguesa ocorrida na terça-feira, o primeiro-ministro português, o socialista José Sócrates, disse que o governo irá acelerar seus planos de elevar o imposto sobre os ganhos de capital e grandes contribuintes, introduzir novos pedágios em rodovias e reduzir gastos com benefícios-desemprego. "Estamos absolutamente determinados a fazer o que for necessário para atingir as metas que estabelecemos para reduzir o déficit pú­blico", disse, após se reunir com a oposição.

Grécia

A situação na Grécia continua indefinida. Ontem, aumentou o consenso no mercado de que os 45 bilhões de euros oferecidos à Grécia pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional na última semana são insuficientes para evitar que o país tenha de reestruturar sua dívida ante o enorme rombo fiscal em suas contas e os juros crescentes sobre seus títulos soberanos.

Entre rumores e avaliações, a cifra que ressoou foi 120 bilhões de euros, citado por parlamentares alemães à mídia europeia como "o mínimo necessário" após reunião com o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Cleaude Trichet, e o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, em Berlim.

É metade da dívida total grega (boa parte da qual os alemães já são credores) e quase o triplo do plano inicial, que não foi sequer aprovado e que seria capaz de sanar apenas as obrigações que vencem neste ano. Ironicamente, é o Parlamento alemão o maior entrave ao pacote, e a demora tem enervado os mercados, que na Europa continuaram a cair. O maior recuo foi no pregão de Madri (3%). No Brasil, a Bovespa fechou em alta de 0,22%, enquanto o dólar recuou 0,67% e fechou cotado a R$ 1,753.

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