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Apesar do edital do trem-bala brasileiro impedir a participação de operadores que tenham registrado acidente fatal em operação de Trens de Alta Velocidade (TAV) nos últimos cinco anos, a espanhola Renfe, uma das concorrentes, deverá tentar convencer o governo brasileiro de que está habilitada para a disputa. Um trem da companhia descarrilou na quarta-feira (24) próximo à estação de Santiago de Compostela, deixando 80 mortos.

Um fonte do governo avaliou que a empresa deverá alegar que o trem acidentado, modelo Alvia Série 730, trafegava em uma linha com velocidade inferior a 300 quilômetros por hora (km/h), o mínimo que o governo brasileiro exige para o trecho São Paulo Rio no edital de concessão. Essa foi uma das mudanças realizadas na última versão do edital, que antes não deixava claro que estariam habilitadas tecnologias de trens de 250 km/h, também consideradas trem-bala internacionalmente.

De acordo com o jornal espanhol El País, pouco antes da composição descarrilar, o condutor do trem teria dito por rádio que a sua velocidade chegava a 190 km/h, enquanto a curva onde houve o acidente - há cerca de 3 quilômetros da estação de Santiago - deveria ser feita a apenas 80 km/h.

A mesma regra já impedia os chineses de participarem como operadores do TAV brasileiro. Em julho de 2011, um acidente na cidade de Wenzhou, na província de Zhejiang, deixou 33 pessoas mortas e 190 feridas na colisão de dois trens. Nesse caso, a operação do trem-bala chinês ocorria em uma velocidade superior a 300 km/h.

A entrega de propostas para a disputa do trem bala brasileiro está marcada para o dia 16 de agosto, na sede da BM&FBovespa. Após a análise de habilitação dos proponentes, o leilão será realizado no dia 19 de setembro.

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