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Fachada do Estação Convention Center: 25 mil metros quadrados e capacidade para 5 mil pessoas | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Fachada do Estação Convention Center: 25 mil metros quadrados e capacidade para 5 mil pessoas| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Histórico

Convention Center existe há 8 anos

Operando há 13 anos, a área em que hoje funcionam o Shopping Estação e o Estação Convention Center já passou por uma série de mudanças na administração. Inaugurado em 1997 com o nome de Estação Plaza Show, após investimentos de R$ 70 milhões, o espaço foi concebido originalmente para ser um shopping de lazer. Foi o primeiro de Curitiba a oferecer salas multiplex de cinema (10), além de contar com boliche e várias opções de jogos eletrônicos.

Em 2000 o espaço foi adquirido pelo grupo K&G, de Miguel Krigsner, presidente e fundador de O Boticário, e pelo Polloshop. Rebatizado de Polloshop Estação, recebeu novas lojas, um segundo piso e se tornou um shopping de descontos. O movimento do shopping era baixo, e o Polloshop se desfez da sua parte.

Centro de convenções

Em 2002, renomeado como Shopping Estação, o local passou por novas reformas, que custaram cerca de R$ 6 milhões, e ganhou mais lojas – inclusive algumas âncoras de atuação nacional, como Americanas, Colombo e Marisa. Em maio de 2004 foi inaugurado o Estação Embratel Convention Center, com investimentos em torno de R$ 75 milhões bancados pelo grupo K&G. A empresa de telefonia emprestava seu nome ao espaço por meio de um contrato de "naming rights", mas não participava da administração do centro.

Em 2007, o K&G transferiu a gestão do Shopping Estação para a BR Malls, que também administra os shoppings Curitiba e Mueller de Joinville, além de diversos outros no Brasil. A operação do Convention Center é terceirizada para a GL Events. (OT)

Curitiba está prestes a perder o seu centro de convenções mais central e estruturado. Fontes no setor de eventos dão como concretizado o fechamento do Estação Convention Center, anexo do Shopping Estação destinado para receber feiras, exposições, shows e formaturas. O fim das atividades ocorreria em maio de 2011, quando acaba o contrato entre a BR Malls, proprietária do Shopping Estação, e a GL Events, que administra o centro de convenções em regime de terceirização. O Estação Business School, escola de negócios instalada no mesmo prédio, não é administrado pela GL e não faz parte das negociações.

A BR Malls não confirma o fechamento, mas revela que está realizando vários estudos para definir de que maneira o espaço será aproveitado a partir do ano que vem. "Temos várias possibilidades a ser avaliadas, inclusive manter o Convention, só que administrado diretamente pela BR Malls", afirma Mariane Wiederkehr, superintendente do Shopping Estação. Por ter o capital aberto, a empresa tem restrições para divulgar informações sobre investimentos. Porém Mariane refuta a possibilidade de o espaço se tornar parte do shopping, com a montagem de espaços comerciais para o varejo.

A GL Events, que também administra os centros de convenções Riocentro e HSBC Arena, no Rio de Janeiro, não quis comentar as mudanças. Porém, empresas que organizam eventos relataram não estar conseguindo reservas datas no local a partir do segundo semestre do ano que vem. No site do Estação Convention, o último evento da agenda oficial está marcado para 9 de maio de 2011 – próximo à data do fim do contrato de terceirização.

A notícia preocupa os lojistas do Estação. "Quando há eventos no Estação Convention, o faturamento aumenta de 30 a 40%", relata Edson Scarpim, proprietário da franquia do restaurante Madero no Shopping Estação. "Para nós, que operamos um restaurante, seria muito importante que o centro de convenções fosse mantido", diz.

Alternativa

O Estação Convention tem 25 mil metros quadrados e capacidade total para 5 mil pessoas. Se a extinção se confirmar, Curitiba terá apenas o Centro de Convenções de Curitiba (CCC), pertencente ao governo estadual, como opção para recepcionar eventos na região central de Curitiba.

O edifício, localizado na Rua Barão do Rio Branco, tem um auditório para 1,3 mil pessoas e uma área para exposições de 390 metros quadrados. Segundo empresários do setor, o espaço está obsoleto e não tem condições de receber eventos de grande porte. Os outros locais mais procurados por organizadores de feiras e exposições são o Expo Unimed Curitiba, no Campo Comprido, e o Expotrade, em Pinhais, região metropolitana.

"Curitiba já teve a oportunidade de ser a segunda maior anfitriã de grandes eventos no Brasil, porém a nossa infraestrutura ficou obsoleta e não conseguiu sequer acompanhar o crescimento da própria cidade", lamenta Carlos Jung, presidente da Diretriz Empreendimentos, que atua no setor. "Muitos candidatos falam em investimentos em turismo, mas Curitiba ainda não tem um grande centro de convenções público. Cidades como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Goiânia possuem grandes pavilhões, e em todas houve investimento do Estado", cita.

Susan Renee Klein, diretora executiva da Alô Eventos, também não acredita que o CCC possa preencher uma lacuna criada pela ausência do Estação Convention Center. "A administração do CCC é malfeita e não acompanha as exigências do mercado. A solução deve vir mesmo da iniciativa privada", avalia.

Susan, que organiza formaturas, encontros corporativos e apresentações artísticas, lamenta que seja obrigada a promover shows de grande porte em outras praças por falta de estrutura em Curitiba. "Tenho deslocado alguns eventos musicais para Brasília, pois aqui é impossível organizar um show para grandes plateias", afirma. "Há 3 semanas, fizemos em Brasília um show para 30 mil pessoas, que tinha Fagner e Zeca Baleiro. Em Curitiba, com a Pedreira Paulo Leminski fechada, essa apresentação jamais poderia ocorrer", reclama.

De acordo com estudo elaborado pelo International Congress and Convention Association (ICCA), o Brasil é o sétimo país que mais recebe eventos internacionais. Curitiba, porém, não aparece no ranking das principais cidades anfitriãs, que lista os municípios que recebem ao menos cinco eventos internacionais por ano. Oito cidades brasileiras aparecem neste ranking, dentre elas Campinas e Foz do Iguaçu, que não são capitais de estado.

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