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A presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, declarou estado de emergência nesta sexta-feira após a prisão de militares de alta patente acusados de tentativa de golpe.

Depois de assinar um decreto proclamando o estado de emergência, Arroyo fez um pronunciamento na televisão:

- Declarei estado de emergência. Na qualidade de chefe das Forças Armadas, eu controlo a situação. O governo vai sufocar esta ação ilícita - afirmou a presidente, acrescentando que ela autorizou o Exército e a polícia a tomarem medidas amplas.

Nas Filipinas, as ordens do Executivo não precisam de aprovação do Legislativo. O estado de emergência, que permite prisões sem mandatos e prorrogação de detenções sem que haja acusações, é um assunto delicado no país asiático, que passou nove anos sob lei marcial durante a ditadura do falecido presidente Ferdinand Marcos.

A decretação do estado de emergência aconteceu depois da prisão do general-de-brigada Danilo Lim, chefe da unidade de elite do Exército Scout Rangers e do coronel Ariel Quevedo.

"O comandante das forças especiais da Polícia Nacional, Narzalino Franco, também foi preso", revelou um comunicado do Exército filipino.

A polícia usou jatos de água e cassetetes para dispersar cerca de 5.000 manifestantes, incluindo freiras e padres, perto de um santuário que foi o ponto de referência da revolta anti-Marcos e de uma outra, em 2001, que tirou Joseph Estrada da Presidência. Os manifestantes resistiram e jogaram pedras.

Boatos de complôs contra Arroyo têm se espalhado esta semana devido ao aniversário da revolta de 1986, que derrubou o ditador Marcos.

A ex-presidente Corazon Aquino, a primeira a assumir o poder após a derrubada de Marcos, disse à rede CNN temer pela democracia no país insular e pediu que Arroyo renuncie à Presidência. Aquino, que já foi aliada de Arroyo, juntou-se à multidão durante os protestos em Manila.

O policiamento foi reforçado nas ruas e as entradas dos quartéis militares de Manila, bloqueadas com caminhões e tropas. A polícia de choque ocupava na manhã desta sexta-feira (horário local) diversos pontos de Manila, enquanto barreiras eram instaladas em torno do Palácio Presidencial.

- As autoridades procuram de oito a dez pessoas, militares e civis, que participaram de uma ação armada contra Arroyo - disse o chefe do Estado Maior das Filipinas, Michael Defensor.

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