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Ben Bernanke, presidente do Fed: sem alteração nos juros | Richard Clement/Reuters
Ben Bernanke, presidente do Fed: sem alteração nos juros| Foto: Richard Clement/Reuters

Taxa segue entre zero e 0,25%

O Fed decidiu ontem manter a taxa básica de juros dos Estados Unidos entre zero e 0,25% ao ano. O patamar é o menor da história, e é mantido desde dezembro de 2008. O Fed divulgou ainda que na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de ontem – tão aguardada pelo mercado mundial – a desaceleração da economia foi o principal assunto. Segundo o Fed, "os números do setor produtivo e geração de emprego abrandaram nos últimos meses".

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Para evitar mais uma rodada de demissões em massa do serviço público, a Câmara dos Repre­sentantes (deputados) dos Estados Unidos aprovou ontem um pacote de US$ 26,1 bilhões em ajuda fiscal a estados e governos locais falidos pelo país. A medida agora vai para a sanção do presidente Barack Obama. Ela inclui US$ 10 bilhões para salvar empregos de professores, verba para profissionais, como policiais, e pagamentos do Medicaid, o programa de saúde público para famílias de baixa renda.

"Não podemos ficar parados sem fazer nada enquanto bilhetes de demissão são enviados aos que educam nossas crianças", disse Obama ontem para estimular o voto na Câmara. Os deputados foram convocados no meio do recesso de verão para aprovar o pacote. Desde o ano fiscal de 2008, governos estaduais contabilizam mais de US$ 300 bilhões em déficits fiscais cumulativos. Outros US$ 125 bilhões já são projetados para os próximos anos, segundo a Confederação Nacional de Legislaturas Estaduais. Gastos com educação em geral compõem um terço dos fundos estaduais; somando gastos médicos, principalmente o Medicaid, os custos já passam da metade da verba disponível.

Enquanto isso, as principais fontes de arrecadação continuam em baixa, mesmo em relação ao ano passado, quando a situação da economia era ainda pior. A arrecadação com impostos de venda de produtos está 1% menor do que no mesmo período de 2009; impostos de renda, 2,8% menores; e impostos corporativos, 5,8% menores. Os cortes de gastos vêm de todos os lados. No Havaí, o ano letivo foi reduzido.

Os democratas rejeitaram críticas republicanas alegando que o financiamento da ajuda virá do endurecimento da cobrança de impostos a firmas com filiais em outros países.

Títulos

Com a economia americana dando sinais cada vez mais claros de desaceleração, o Fed (o banco central dos EUA) disse ontem que pretende adquirir títulos do Tesouro para reanimar a retomada e impedir a deflação. A ideia do órgão é usar os recursos dos títulos lastreados em hipotecas de seu portfólio que estão vencendo para a compra de papéis do Tesouro americano. Com isso, visa reduzir os juros para empresas e indivíduos.

A estimativa é que sejam adquiridos cerca de US$ 100 bilhões em títulos do Tesouro americano ao ano, um valor pequeno em relação ao total do balanço do Fed, que comprou, a partir de 2007, mais de US$ 1,3 trilhão em papéis ligados a hipotecas (especialmente das agências Fannie Mae e Freddie Mac).

A ação do Fed, se não chega a ser agressiva (já que não vai aumentar o tamanho do seu port­fólio, mas, sim, mantê-lo em cerca de US$ 2 trilhões), marca, porém, uma mudança na sua política. As medidas anteriores do banco central pavimentavam um caminho para o aperto da política monetária, em que iria reduzir gradualmente o seu portfólio e, eventualmente, subir os juros. Agora, isso mudou e já há quem fale que o Fed pode retomar o ciclo de relaxamento monetário, com uma nova rodada de compra de ativos. Essa alteração se deve aos sinais de enfraquecimento da maior economia mundial.

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