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Novos rumores de que a presidente Dilma Rousseff perderá espaço em próxima pesquisa sobre a corrida presidencial voltaram a impulsionar as ações de estatais nesta quarta-feira (2), ajudando a Bolsa brasileira a inverter seu desempenho em 2014 de negativo para positivo. "Há uma expectativa de queda nas intenções de voto para a Dilma nas eleições presidenciais de outubro. O mercado está bastante insatisfeito com a ingerência do governo nas estatais e o uso dessas companhias como instrumento político. Logo, uma notícia ruim para o governo acaba tendo efeito positivo na Bolsa", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

De acordo com o sistema de busca de pesquisas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Datafolha registrou no dia 31 de março uma pesquisa eleitoral com data de divulgação prevista para 5 de abril.

Há duas semanas, os papéis das estatais já haviam registrado forte alta com os mesmos rumores em relação à pesquisa eleitoral Ibope. O resultado do levantamento, no entanto, mostrou que as intenções de voto na presidente Dilma ficaram inalteradas, e que a atual presidente poderia vencer as eleições de outubro já no primeiro turno.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em alta de 2,85%, aos 51.701 pontos. Com isso, o índice passou a ter desempenho positivo em 2014, pela primeira vez no ano, com ganho acumulado de 0,38%. A pontuação de fechamento também é a maior desde 29 de novembro do ano passado, quando ficou em 52.482 pontos.

Os papéis mais negociados da Petrobras (preferenciais) tiveram alta de 4,74%, enquanto os ordinários (com direito a voto) subiram 4,05%.

As ações ordinárias da Eletrobras (com direito a voto) mostraram avanço de 4,44%, enquanto os papéis preferenciais da companhia de energia se valorizavam em 5,89%. Os papéis do Banco do Brasil subiam 4,17%. "Qualquer chance de um novo governo ser eleito já traz alívio ao mercado. Especialmente no caso da Petrobras, que tem sofrido com preços [dos combustíveis] abaixo do que deveria cobrar para não ferir a política de preços da gestão Dilma", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

O mercado também operou à espera do desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) nesta noite. A expectativa de economistas consultados pela reportagem é de que a autoridade aumentará pela nona vez seguida o juro básico do país, a taxa Selic, para 11% ao ano.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dia foi de ajuste à queda de mais de 3% registrada pelo dólar em março. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,44% sobre o real, cotado em R$ 2,272. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,30%, a R$ 2,270.

Segundo operadores, ao dólar ganhou força sobre outras moedas no exterior, após o setor privado dos EUA ter aberto 191 mil vagas em março, confirmando um fortalecimento do mercado de trabalho naquele país. Com isso, aumentam as chances de o Fed (banco central americano) subir os juros nos EUA antes do esperado (meados de 2015).

Um aumento nos juros americanos deixaria os títulos públicos dos EUA, remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes. Isso causaria, dizem os operadores, uma fuga de investimentos dos emergentes para a economia americana. E, com a menor oferta da moeda no mercado brasileiro, por exemplo, a cotação do dólar tende a subir.

O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swaps cambiais tradicionais (operação que equivale à uma venda futura de dólares), por US$ 195,5 milhões.

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