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Rio – A estiagem dos últimos meses na Região Sul puxou um pouco mais para baixo as previsões para a safra deste ano, que vinham sendo reduzidas mês a mês desde dezembro. Segundo estimativa feita em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgada ontem, o volume total de grãos e oleaginosas deve atingir 116,5 milhões de toneladas este ano, 0,76% a menos do que na previsão de agosto, ou 10,2% a menos do que se imaginava no início deste ano. Apesar disso, a safra de 2006 ainda é 3,5% superior à de 2005. "Não dá para falar em crescimento de produção, mas sim em recuperação, já que no ano passado a quebra foi muito maior", disse o técnico do IBGE, Paulo Renato Corrêa, lembrando que a produção em 2005 ficou em 119 milhões de toneladas, 5,63% abaixo de 2004 e bem menor do que o recorde de 123,6 milhões de toneladas atingidos em 2003.

Para o consultor André Pessoa, da Agroconsult, a quebra de safra provocada por problemas climáticos poderia ter sido minimizada se tivesse sido priorizado o seguro agrícola. "Problemas com o clima existem em qualquer lugar do mundo. A diferença é que em outros países os produtores são protegidos por seguros e também com subsídios do governo a estes seguros", argumentou.

O consultor destacou que o governo falhou ao tentar implementar a lei do seguro agrícola, porque não garantiu dotação orçamentária para tal. "Foram destinados R$ 60 milhões para a cobertura. Este valor não dá sequer para cobrir a produção de soja no Tocantins. Só para a área de soja no Brasil seriam necessários R$ 4 bilhões", exemplificou. A nova queda na expectativa teve influência direta da quebra de safra do trigo nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Segundo o IBGE, a estimativa para o trigo caiu 23,43% em setembro sobre agosto, atingindo a 2,557 milhões de toneladas. O volume também é 45% menor do que em 2005. A previsão é de que o Brasil se torne este ano o maior importador de trigo, numa escala de 8 milhões de toneladas.

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