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As medidas planejadas pelo governo federal para conter a escalada dos preços do etanol e evitar desabastecimento não terão efeitos práticos no curto prazo, preveem representantes e consultores do setor sucroenergético. Entre as medidas, estaria a transferência do acompanhamento da cadeia produtiva do etanol para a Agência Nacional do Petróleo (ANP). O que, para o diretor da consultoria Procana, Josias Messias, tem impacto apenas político, sem nenhum efeito prático. "Quem manda nos combustíveis continua sendo o governo, que não está cumprindo o seu papel de criar estoques estratégicos de etanol", afirma.

Outra medida discutida pelo governo é a redução da mistura do álcool na gasolina, hoje em 25%. Na opinião do superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias, tal alteração "não é necessária". "O governo deve definir com clareza a matriz energética que se pretende, além de apresentar as garantias de que teremos recursos financeiros para incentivar a produção do etanol." Para Arnaldo Corrêa, gestor de riscos especializado em commodities agrícolas, as medidas terão efeito somente na próxima safra. "Se reduzirem a mistura de etanol na gasolina vão substituir pelo quê? Leite de cabra?", diz o consultor, ressaltando que também há falta de gasolina.

Financiamento

O governo também pretende destinar mais recursos para renovação do canavial, formação de estoques e construção de novas usinas. Os produtores esperam que as condições para o financiamento sejam mais atrativas dos que as apresentadas em 2009. Naquele ano, o governo anunciou R$ 2,4 bilhões para financiamento, dos quais apenas R$ 33 milhões foram liberados. Os produtores não gostaram das condições de crédito apresentadas, com juros de mercado.

O possível reajuste no preço da gasolina é visto com bons olhos. Arnaldo Corrêa defende um mercado de gasolina livre, que também favoreceria as vendas etanol. Para ele, mercados controlados diminuem a transparência, aumentam a distorção de preços e afugentam investidores.

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