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São Paulo - Os preços de etanol hidratado ao produtor devem atingir ainda nesta semana a máxima registrada pela última vez em janeiro de 2010, afirmou ontem o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues. Segundo Rodrigues, enquanto em 2010 a máxima de R$ 1,2055 por litro ao produtor foi registrada em 22 de janeiro, em 2011 este patamar demorou mais para ser registrado em função do maior volume de etanol existente no mercado.

Os preços são monitorados pelo indicador semanal calculado pelo Esalq/Cepea, em Ribeirão Preto. Na sexta-feira passada, o indicador do hidratado apontava para R$ 1,1899 por litro. Já o indicador diário calculado também pelo Esalq/Cepea já mostra um preço em torno de R$ 1,25 por litro, em Paulínia. Como os dois indicadores têm origem diferente, não podem ser comparados com exatidão, mas, com a elevação constante do indicador diário nos últimos dias, é esperado que o indicador semanal, a ser divulgado amanhã, ultrapasse os R$ 1,2055 por litro de janeiro de 2010.

"Os preços não registraram uma alta abrupta, mas foram subindo no decorrer dos últimos meses porque havia mais etanol no mercado", disse. Segundo ele, o volume de etanol hidratado vendido pelas usinas em janeiro atingiu 1,17 bilhão de litros, superior ao 1 bilhão de litros registrado em igual período do ano anterior, alta de 17%.

A expectativa é de que fevereiro também registre vendas de hidratado maiores que em igual período do ano passado. Apenas em março as vendas de hidratado devem recuar, com os efeitos dos preços mais elevados do combustível. "Os preços de hidratado demoraram mais de 30 dias para atingir o mesmo nível registrado no ano passado, o que vai transferir a queda no consumo para o fim de fevereiro e para o mês de março", explica. Além disso, Pádua disse também que o consumidor do carro flex demorou mais para transferir o seu consumo. "Muita gente continuou utilizando etanol mesmo com os preços mais altos", disse.

Competitividade

Como os preços do etanol já perderam a competitividade em quase todos os mercados, a expectativa é de que percam força de alta e estacionem nos atuais patamares até abril, quando o produto da safra 2011/12 começa a chegar ao mercado. O setor espera uma queda gradual de preços até junho, quando o piso desta safra deverá ser registrado.

Para Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), as altas recentes de preços ao produtor são repassadas aos preços de varejo com um atraso de duas semanas. A expectativa é de que, neste perío­do, novas altas nos postos sejam registradas.

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