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As três maiores economias do mundo – Estados Unidos (EUA), União Europeia (UE) e China – criticam a iniciativa do Brasil de levar a guerra cambial para a Organização Mun­­dial do Comércio (OMC) e alertam que o assunto não terá uma solução em Genebra.

Brasil enviou a todos os países da entidade uma proposta para que a "assimetria cambial" seja alvo de um debate num subgrupo de trabalho da entidade sobre finanças, em 10 de maio. Na prática, nenhuma decisão será tomada e o próprio Itamaraty já alertou ao gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não há nenhuma chance de abrir uma disputa comercial nos tribunais em torno do assunto. Mantega vem declarando sua intenção de levar o caso à OMC, o que tem causado desconforto para muitos governos.

O Brasil, assim, vai apenas pedir que a OMC faça um levan­­tamento a respeito do que diz a teoria econômica e a literatura sobre o impacto no comércio das mudanças cambiais. Outra proposta é a de promover um workshop com economistas, além de apresentações de casos, em uma espécie de seminário.

Ceticismo

No gabinete do comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht, a proposta foi recebida com ceticismo. "Não acreditamos que o tema seja da alçada da OMC", afirmou um assessor próximo ao comissário. Segundo ele, a avaliação da UE é de que o tema, ainda que tenha repercussão comercial, deve ser tratado no FMI. "Acho que já temos muito que nos preocupar na OMC. Esse tema apenas complicaria ainda mais o cenário na entidade", disse, em uma referência à crise enfrentada na Rodada Doha. Um alto funcionário da diplomacia de Bruxelas foi irônico. "O Brasil é mesmo muito criativo", disse.

Washington também criticou a ideia, alertando que levar o assunto da guerra das moedas para a OMC só irá tirar a atenção das negociações comerciais. Os americanos apontam que se houvesse algo para tratar na OMC sobre o câmbio, já o teriam feito há anos contra a China – Pequim é acusada pelos EUA de manipular sua moeda para ganhar competitividade nas exportações.

A China não esconde que quer ver esse tema longe da OMC. O país argumenta que, se um país quer solucionar o problema para ajudar seus exportadores, não será na OMC que haverá uma solução a curto prazo; e afirma também que não haveria como exigir que países tomem medidas.

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