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Empregados da fábrica de motores da GM em Tonawanda, Nova York. Analistas dizem que país vive “reindustrialização” | Divulgação/GMC
Empregados da fábrica de motores da GM em Tonawanda, Nova York. Analistas dizem que país vive “reindustrialização”| Foto: Divulgação/GMC

A crise pode não ter acabado ainda, mas uma série de números positivos acendeu uma nova esperança no coração dos americanos. São dados de produção industrial, emprego, vendas no varejo, entre outros, que alimentaram em investidores globais a expectativa de que o Federal Reserve (conhecido como Fed, é a instituição equivalente ao nosso Banco Central) venha a mudar sua política de estímulo monetário à economia – uma medida cujas consequências já estão sendo sentidas mundo afora, inclusive no Brasil.

Na quinta-feira, o Depar­­­tamento do Comércio informou que as vendas no varejo subiram 0,6% em maio. Pode parecer pouco, mas o mercado ficou entusiasmado: a expectativa era de uma alta de 0,4%. A inflação acumulada em 12 meses nos EUA está em 1,1%, bem abaixo dos 2% da meta prevista pelo governo. O déficit do setor público americano deve ficar em 4% do PIB este ano, segundo projeções do Escritório de Orçamento do Congresso, depois de atingir 7% em 2012 e mais de 10% em 2009. O preço dos imóveis subiram 10,9% em março sobre igual mês de 2012, o maior aumento em sete anos. "Pela primeira vez desde a grande recessão de 2008 e 2009 há sinais sólidos de recuperação dos Estados Unidos", diz Claudio Frischtak, pre­­­sidente da InterB Consul­­­toria Internacional.

A questão agora é se esses movimentos serão suficientes para sensibilizar o Comitê de Mercado Aberto do Fed. O comitê é responsável pela definição das taxas básicas de juros, as fed fund rates, e vai se reunir novamente na terça e na quarta-feira. A taxa atual é de 0,25% ao ano, e deve ser mantida. A dúvida recai mais sobre o estímulo dado pela política de recompra de títulos que estão nas mãos dos bancos. Atualmente, o Fed está autorizado a fazer compras mensais de US$ 85 bilhões. Esse valor aumenta a quantidade de moeda em circulação. Se essa injeção de recursos diminuir, a tendência é que o dólar passe a valer mais. "Embora a política do Fed seja mais focada no mercado de trabalho, notícias de demanda agregada melhor darão algum conforto sobre os sólidos ganhos de emprego serem sustentáveis", disse o economista do JPMorgan Michael Feroli.

Esse conjunto de fatores já está influenciando o equilíbrio do câmbio mundo afora. No caso brasileiro, isso implicou em uma alta de 6,7% no dólar desde o fim de abril. A diferença entre o bom momento da economia americana e a situação delicada da brasileira – inflação ameaçando ultrpassar o topo da meta e gastos públicos em alta – completa o cenário. "Alguns países vão sofrer mais com a alta do dólar e o Brasil, infelizmente, é um deles", opina Alex Agostini, economista-chefe da Austing Rating.

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