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Daniel O’Connor, do Missouri, acompanha as previsões meteorológicas: clima instável afeta cotações | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Daniel O’Connor, do Missouri, acompanha as previsões meteorológicas: clima instável afeta cotações| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Curitiba e Cameron, Missouri (EUA) - Depois de começar a semana em compasso de espera, o mercado internacional de grãos encerrou a sexta-feira movimentado na Bolsa de Chicago. A confirmação da expectativa de supersafra de soja e milho nos Estados Unidos em 2009/10, aliada à onda de frio que atinge o Meio-Oeste do país e atrasa a colheita no maior produtor de grãos do mundo, teve efeitos opostos sobre as cotações das duas commodities no último pregão da semana.

Enquanto a soja fechou os negócios do dia com alta expressiva, o milho registrou leve baixa. Cotada a US$ 9,36 o bushel (US$ 20,65 a saca), a oleaginosa ganhou 30 pontos no dia. Já o cereal perdeu 1,25 ponto e terminou a se­­mana cotado a US$ 3,64 o bushel (US$ 8,60 a saca).

O dia foi marcado pela divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que trouxe números mais altos para a produção norte-americana de grãos no ciclo 2009/10. O documento era aguardado com ansiedade pelo mercado, mas não trouxe muitas novidades. O órgão apenas confirmou que os norte-americanos colherão nesta temporada a sua maior produção de soja da história e a segunda maior safra de milho. Conforme o USDA, o país terá à disposição em 2009/10 uma safra de 88,5 milhões de toneladas da oleaginosa e de 330,7 milhões de toneladas do cereal.

Os números, pouco maiores do que os apresentados no relatório do mês passado, foram recebidos sem muito entusiasmo em Chicago. Isso porque, com a safra atrasada, a confiabilidade desses dados é pequena. A previsão climática para este final de semana nos EUA aponta para chuva, geada e até neve no Corn Belt, combinação nada favorável para o desenvolvimento das lavouras e evolução da colheita. "O relatório do USDA ajudou um pouco, mas o que pesou mesmo foi o clima e a demanda, que no caso da soja está muito aquecida. Em quatro semanas, os americanos já venderam 59% da meta do USDA para as exportações de soja nesta temporada", relata Daniele Siqueira, da consultoria AgRural.

Os produtores norte-americanos também se mostram mais preocupados com o clima do que com os novos números da safra. Eles consideram que os preços estão abaixo do normal e esperam uma valorização significativa para partir para as vendas. Daniel O’Connor, que cultiva 3,4 mil hectares de milho e soja em Cameron, no Missouri, monitora as previsões e, depois de uma semana úmida, pretende voltar à colheita amanhã. Com estrutura para armazenar toda a colheita de milho, acompanha mais de perto apenas os preços da soja.

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