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Fábrica do Paraná: empresa estuda instalação de nova máquina no Brasil | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Fábrica do Paraná: empresa estuda instalação de nova máquina no Brasil| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A Companhia Providência, fabricante de não tecidos – usados na produção de fraldas, absorventes, lenços descartáveis, jalecos e toucas, dentre outros –, prevê colocar em operação no primeiro semestre de 2011 a sua primeira fábrica nos Estados Unidos. O projeto, orçado ao todo em cerca de US$ 80 milhões, terá financiamento do HSBC e, em uma operação inédita, do Tesouro Americano.

Segundo o diretor financeiro da Providência, Eduardo Feldmann, a empresa vai receber US$ 9,1 milhões do programa Recovery Zone Bonds, criado em 2009 pelo governo de Barack Obama para reativar a economia de cidades com forte perda de empregos devido à crise. Ao todo, o programa contempla US$ 25 bilhões em recursos para financiamentos em vários estados. O condado de Iredell, que fica na Carolina do Norte e abriga a cidade de Stateville – onde vai ser instalada a nova fábrica – emitiu um bônus no mercado que é convertido em recursos para financiar a obra. O investidor tem incentivo para comprar esses bônus, como a isenção de imposto de renda.

Pagamento

Para a Providência, o prazo de pagamento é de 20 anos com taxa de juros formada por uma média de várias instituições e que é equivalente a Libor mais 1,5% ao ano. Outros US$ 55 milhões serão financiados pelo HSBC com taxas equivalentes.

A Providência é uma das primeiras empresas brasileiras a aderir ao programa norte-americano, que condiciona o financiamento à geração de empregos. A fábrica, que terá capacidade para 20 mil toneladas por ano, vai empregar 56 pessoas. Atualmente os EUA são o principal mercado de exportação da companhia e compram 8 mil toneladas por ano da produção da fábrica de São José dos Pinhais, que hoje coloca no mercado 80 mil toneladas por ano. "A fábrica dos Estados Unidos vai desafogar um pouco a linha de produção no Brasil, que está funcionando com 100% da capacidade", diz Feldmann. O mercado brasileiro de não tecidos cresceu a taxas de 12% nos últimos três anos, mas ainda assim é nanico – 75 mil toneladas por ano – perto do gigantesco mercado dos EUA, que absorve 600 mil toneladas por ano.

Nova máquina

Além da fábrica nos EUA, a Providência, que lidera o mercado de não tecidos no país, tem planos de ampliar sua operação no Brasil, com a instalação de mais uma máquina – com capacidade para 20 mil toneladas por ano. Feldmann diz que a empresa deve definir o local de instalação até o fim do ano. "Além da máquina dos EUA, temos o direito de opção de comprar mais duas até o fim de 2013 do nosso fornecedor alemão."

Além da fábrica paranaense, a empresa tem unidade em Pouso Alegre (MG), fruto da compra da Isofilme, em 2007. "Ainda não sabemos onde será a fábrica, mas posso afirmar que hoje recebemos incentivos em Minhas Gerais, como o desconto do ICMS. Lá, nos pagamos 3%, enquanto que no Paraná temos que pagar a alíquota cheia, de 12%".

A Providência emprega 600 pessoas em São José dos Pinhais e 50 em Pouso Alegre. No primeiro trimestre de 2010, faturou R$ 104,5 milhões, 4,4% mais do que no mesmo período do ano passado.

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