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São Paulo – Os temores renovados com as consequências da crise dos créditos "subprime" para a economia americana voltaram a assombrar os mercados e derrubar as bolsas pelo mundo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a cair ontem e recuou para seu menor nível desde 4 de outubro. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, desvalorizou 2,81% e fechou o dia aos 60.581 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,69 bilhões.

Em paralelo, a disparada dos preços do petróleo azeda o humor dos investidores, preocupados com os efeitos sobre a economia global. A derrocada foi "anunciada" logo pela manhã, com as fortes perdas verificadas nas bolsas asiáticas, e se estendeu pelos pregões europeus e americanos.

Ontem, o banco central americano Federal Reserve (Fed) avisou de que espera um crescimento menor em 2008, entre 1,8% e 2,5%, ante projeções anteriores de 2,5% e 2,75%.

Economistas do mercado acreditam que as projeções atuais do Fed abrem espaço para uma nova rodada de corte dos juros básicos, atualmente em 4,5% ao ano. A autoridade monetária americana se reúne novamente no dia 11 de dezembro.

O banco americano Merrill Lynch divulgou relatório em que projeta os juros básicos americanos em 3,5% entre o primeiro e o segundo semestre de 2008 e de 2% até o fim de 2009. "Nós continuamos a acreditar que o Fed vai afrouxar [a política monetária] mais do que os agentes do mercado esperam", avalia a equipe de economistas da instituição financeira.

"O Ibovespa pode chegar aos 59 mil pontos nos próximos dias. O Dow Jones [índice da Bolsa de Nova Iorque] já caiu muito e a Bovespa tende a cair. Na verdade, as ações da Petrobrás seguraram um pouco o mercado [brasileiro], e isso significa que a bolsa brasileira pode cair ainda mais", diz o operador da corretora Senso, José Carlos Oliveira.

O operador chama a atenção para o fluxo de investimentos externos na Bovespa, considerando somente o giro diário (compra e venda de ações). No mês, está negativo em R$ 3,1 bilhões e no ano, em R$ 5,1 bilhões. "Neste mês, praticamente não houve dia positivo [compras maiores que vendas]. Os estrangeiros estão vendedores e isso afeta o mercado."

Dólar

O dólar comercial foi negociado ontem a R$ 1,779 para venda– um aumento de 1,07%. O Banco Central realizou leilão de câmbio e adquiriu moeda a R$ 1,778 (taxa de corte). A taxa de câmbio permaneceu pressionada durante toda a jornada de negócios e chegou a alcançar R$ 1,80 na cotação máxima do dia, também unfluenciada pelo cenário externo.

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