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Soldado grego monta guarda em frente ao parlamento: incertezas na Europa complicam renda variável | Dimitar Dilkoff/AFP
Soldado grego monta guarda em frente ao parlamento: incertezas na Europa complicam renda variável| Foto: Dimitar Dilkoff/AFP

E agora?

Como a crise europeia afeta as duas grandes categorias de investimentos

Renda variável

O período de incertezas faz o investidor retirar o dinheiro de mercados de risco e levá-lo a um porto seguro, como os títulos da dívida americana. Resultado: as bolsas caem. Quem tem um planejamento de curto prazo deve se preocupar.

Renda fixa

Também é um porto seguro aqui no mercado nacional, principalmente porque os juros acabam de engrenar um novo ciclo de alta. Mesmo assim, é bom fazer as contas para ver se a taxa de administração e o Imposto de Renda não matam o ganho.

A crise na zona do euro já acendeu um "sinal amarelo" para o investidor brasileiro que aplica na bolsa de valores. "É hora de redobrar a atenção com a renda variável", alerta o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná, José Guilherme Silva Vieira. Isso porque, apesar do pacote de ajuda aprovado ontem pela União Europeia, o mercado financeiro vive – e ainda deve continuar assim por um tempo – um período de instabilidade."Para quem não está disposto a se expor ao risco, é hora de se refugiar nas aplicações mais tradicionais e mais seguras, como a caderneta de poupança", sugere o professor. O período de "incertezas" faz que os grandes investidores internacionais tirem seu dinheiro dos países em desenvolvimento, como o Brasil, e deixe-o "em segurança" em casa – leia-se: em títulos do Tesouro norte-americano. Um movimento que derruba as bolsas aqui e ao redor do mundo.

A tendência, no entanto, é que a confiança – e o dinheiro estrangeiro – volte ao mercado. Por isso, o consultor financeiro Conrado Navarro acredita que quem tem planos de longo prazo para a bolsa de valores não tem motivos para se preocupar. "Deve estar mais atento quem pensa no curto prazo porque a volatilidade tende a permanecer por um tempo."

Por outro lado, Navarro diz que, se não houver novos problemas em países europeus maiores, como a Espanha e Portugal, os demais investimentos devem passar ilesos pelo período de turbulência na Europa. "Os produtos mais conservadores estão fortes por aqui e devem continuar assim."

O consultor lembra que a "briga" do Brasil é pelo controle da inflação, que tem se refletido em aumento na taxa de juros. Com essa perspectiva de alta, os produtos de renda fixa, principalmente os pós-fixados,tendem a ficar mais atraentes. "Mas mesmo assim, é preciso fazer as contas levando em consideração o tempo que a pessoa pretende deixar o dinheiro investido, porque as taxas e o Imposto de Renda podem não compensar. Principalmente para quem está saindo na poupança", orienta Navarro.Quem quer risco

Por outro lado, o professor da UFPR lembra que, para quem está disposto a enfrentar o risco, este pode ser um bom momento para aplicar em papéis que sofreram com a crise. "Eles podem voltar a crescer com a recuperação das economias." Ele cita como exemplo os papéis da Petrobras – que chegaram a valer R$ 50 e ontem fecharam a R$ 30,15 – e da Vale, cujo teto chegou a R$ 56 e na última sexta-feira fecharam o dia a R$ 43. "Não há fundamentos que justifiquem o derretimento dessas ações. Só mesmo esse pânico, esse medo em relação ao futuro. Mas é preciso estar disposto a esperar pela recuperação, até que essa fase passe", diz Vieira.

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