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Novas compras de títulos pelo BCE somaram 14 bi de euros

O Banco Central Europeu (BCE) comprou 14,290 bilhões de euros em títulos da dívida pública de países da zona do euro na semana passada. Foi a segunda semana consecutiva em que o BCE fez um balanço de suas intervenções no mercado de dívida soberana, uma ação que visa reduzir os juros cobrados por investidores nestes papéis. Nos sete dias anteriores, o BCE tinha comprado 22 bilhões de euros em títulos, valor maior que o gasto na primeira semana do resgate à Grécia, em maio de 2010.

No início de agosto, os juros da dívida da Itália e da Espanha superaram os 6% no mercado secundário, um nível considerado insustentável para os padrões europeus no longo prazo. Mas as compras do BCE surtiram o efeito desejado, uma vez que os juros vem sendo negociados mais próximos de 5%.

Bolsas

As principais bolsas da Europa fecharam em alta, impulsionadas pela expectativa de um fim no conflito na Líbia, fator que beneficiou os papéis do setor de energia, em particular os de empresas que operavam no país antes do início dos confrontos. Londres subiu 1,08%, Paris avançou 1,14%, Frankfurt teve leve baixa de 0,11% e Milão subiu 1,78%.

Entre os destaques da sessão, as ações da Eni subiram 6,2% em Milão. A companhia era a maior petrolífera na Líbia antes do levante popular contra Kadafi. Analistas do Deutsche Bank disseram que, depois da Eni, as petrolíferas com maior exposição relativa à Líbia eram a austríaca OMV e a espanhola Repsol YPF, que avançaram respectivamente 5,1% e 3%.

Fundos dos EUA fogem de exposição a banco europeu

Nova York - A agência de classificação de risco Fitch afirmou ontem que os principais fundos prime de money market, ou mercado monetário (que investem em instrumentos de curto prazo), dos EUA reduziram o perfil de vencimento das suas exposições a certificados de depósitos de bancos europeus, além de reduzir a exposição total aos bancos do continente.

Em 31 de julho, a exposição dos dez principais fundos prime de mercado monetário dos EUA a bancos europeus era 9% menor (em dólares) do que o registrado no relatório anterior, de 30 de junho. Em relação a 31 de maio, a redução é de 20,4%. Segundo a Fitch, o movimento de redução no perfil de vencimento dos certificados de depósito detidos por esses fundos foi especialmente percebido entre os bancos da França, onde mais de 20% dos certificados vencem em sete dias ou menos.

A pesquisa da Fitch é baseada em uma amostra que reúne os dez maiores fundos prime de mercado monetário dos EUA, que juntos tinham uma exposição total de US$ 658 bilhões em 31 de julho (de US$ 698 bilhões em junho e US$ 755 bilhões em maio). Esse grupo representa 43% da exposição total desse tipo de fundos nos EUA, que é de US$ 1,53 trilhão.

Previsões

Brasil crescerá menos, diz banco

O banco norte-americano Morgan Stanley reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do Brasil este ano para 3,7%, ante estimativa anterior de 4%. Para 2012 a previsão foi revisada para 3,5%, contra 4,6% na projeção anterior. A estimativa do banco para a taxa básica de juros (Selic) foi revista para 11,5% em meados de 2012. Anteriormente, o banco acreditava que a taxa seria mantida no nível atual, de 12,5%. Na pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, a previsão para o PIB de 2011 ficou em 3,84% e, para a Selic, o mercado espera uma taxa de 12,5% até o fim de 2012.

Veja também

Londres - A turbulência financeira gerada pelos problemas das dívidas soberanas e a estagnação econômica devem levar os bancos centrais dos países europeus a baixar a guarda em relação à inflação, até porque o atual cenário derruba os preços das commodities. Analistas já dizem que o Banco Central Euro­peu (BCE) será obrigado a cortar os juros e o Banco da Inglaterra (país que não faz parte da zona do euro) caminhará para mais impressão de dinheiro de forma a estimular a atividade.

O BCE foi pego novamente no meio de um processo de aperto monetário. Assim como antes do colapso do Lehman Brothers em 2008, ele vinha elevando os juros para combater a insistente alta dos preços – o índice de inflação ao consumidor continua acima da meta de 2%. As taxas subiram de 1% para 1,5%, após duas elevações, em abril e julho. Agora, a autoridade se depara com o agravamento dos problemas no bloco: depois do calote da Grécia, a volatilidade acabou atingindo as economias maiores e já traz temores de uma crise bancária.

Analistas acreditam que, no mínimo, o BCE terá de manter os juros por um período prolongado, até 2012. Mais recentemente, começaram a surgir expectativas inclusive de corte das taxas. Para Arne Rasmussen, analista do Danske Bank, a percepção de relaxamento na Europa tende a ganhar força caso os próximos indicadores de atividade apontem para mais fraqueza.

Desaceleração

A desaceleração econômica na zona do euro se mostra mais forte do que o esperado. Até então, analistas acreditavam que o processo seria temporário, fruto dos efeitos do terremoto no Japão e da alta das commodities. Agora, os receios de um freio mais forte aumentaram, embora a recessão ainda não faça parte das projeções.

O bloco também está exposto a um possível choque vindo dos Estados Unidos, onde a atividade exibe sinais preocupantes. "Isso eleva a probabilidade de o BCE reverter a estratégia e começar a relaxar a política até o fim do ano", avalia Lee Hardman, analista de câmbio do Bank of Tokyo-Mitsubishi.

Quem ainda não enxerga uma guinada do BCE acredita, ao menos, que o ciclo de aperto será interrompido e os juros seguirão estáveis, sem espaço para subir em setembro, como previsto inicialmente. O Deutsche Bank e o Barclays Capital, por exemplo, rebaixaram as projeções de crescimento e veem manutenção das taxas na zona do euro até o fim de 2012.

Inglaterra

No Reino Unido, as perspectivas econômicas também deixam a desejar: o PIB segue estagnado e os juros continuam no chão, a 0,5%. Até agora, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) tem resistido a relaxar ainda mais a política porque a inflação está bastante elevada – subiu para 4,4% em julho, mais que o dobro da meta.

Mas, diante da piora da atividade, analistas já começam a projetar o lançamento de um novo programa de compra de títulos para alívio quantitativo, o chamado QE2 (na sigla em inglês). O BoE deu recentemente sinais de que está amolecendo. A ata da última reunião mostrou que dois membros do comitê de política monetária desistiram de pedir alta de juros para conter o avanço dos preços. "A mensagem clara da ata é que agora existe maior chance de QE", avalia Hardman.

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