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Palladino deixou a sede da PF, em São Paulo, sem dizer nada em depoimento | Gabo Morales/Folhapress
Palladino deixou a sede da PF, em São Paulo, sem dizer nada em depoimento| Foto: Gabo Morales/Folhapress

O ex-presidente do Banco PanAmericano Rafael Palladino foi indiciado ontem pela Polícia Federal sob a acusação de ter cometido seis crimes financeiros durante a gestão que supostamente deixou um rombo de R$ 4,3 bilhões na instituição.

Os delitos atribuídos a Palladino são gestão fraudulenta; lavagem de dinheiro; induzir ou manter em erro sócios, investidores ou o órgão fiscalizador; maquiar balanços, manter ou movimentar recursos paralelamente à contabilidade do banco; e formação de quadrilha. Esses crimes têm penas que, somadas, chegam a 41 anos de prisão. A lei também prevê pagamento de multa.

O inquérito da PF sobre as fraudes está em fase final. Nesta semana, devem ser concluídos os últimos depoimentos e indiciamentos. Palladino compareceu à PF para prestar depoimento, mas permaneceu calado. Sua advogada, Maria Elizabeth Queijo, disse que ele somente falará a uma "autoridade imparcial, em juízo". A advogada criticou a condução do caso pela PF. Segundo ela, o ex-presidente do PanAme­ricano não foi ouvido durante todo o inquérito. "Hoje [ontem], ele foi chamado para um indiciamento sobre o qual não tivemos sequer ciência dos fundamentos", afirmou.

"Trabalho honesto"

Ao deixar a PF, Palladino falou com os jornalistas e negou ter cometido os crimes. "Eu trabalhei por 22 anos no Grupo Silvio Santos. Foi um trabalho sério, honesto, sendo que 60% ou 70% do que aconteceu no grupo nos últimos anos teve minha participação: hotel, cosméticos, tudo que há de novo lá teve minha participação", disse. "Minha atitude sempre foi ilibada e nunca houve nada que me desabonasse. Estou sendo vítima de um linchamento público", afirmou.

Palladino também colocou em dúvida o rombo de R$ 4,3 bilhões descoberto no PanAmericano. "Deixa chegar a hora e, quando eu puder falar, vamos chamar vocês", prometeu. "Não estou fugindo, nunca fugi de ninguém. Queriam que eu entrasse [na PF] pela porta de trás, mas eu nunca na minha vida entrei ou saí pela porta de trás, em lugar nenhum. É por isso que entrei e saí hoje pela porta da frente", disse.

As investigações finais sobre as fraudes no PanAme­ricano levaram a Polícia Fede­ral a apontar, além de Palladi­no, outros seis executivos co­­mo os autores dos crimes que provocaram o rombo. Nesta semana, a PF deverá concluir os indiciamentos dos sete dirigentes. Ainda faltam depor à PF Luiz Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos; Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, ex-diretor jurídico; e Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia. Os três deverão deixar o prédio da PF já oficialmente acusados. Além de Palladino, já foram indiciados Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro; Adalberto Saviolli, ex-diretor de crédito e cobrança; e Marcos Augusto Monteiro, responsável pela cessão de carteiras de crédito. Na lista de suspeitos ainda está o mecânico Alexandre Toros, suposto "laranja" de Palladino.

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