O Ministério da Agricultura ainda aguarda para semana que vem o resultado final das análises, por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), sobre o suposto caso atípico da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, em um animal que estava pronto para abate no frigorífico da JBS em São José dos Quatro Marcos, no sudoeste de Mato Grosso. Apesar disso, o ministério informou ontem em nota que o laboratório da OIE, em Weybridge, na Inglaterra, ratificou na noite de quinta-feira o laudo positivo para marcação priônica, realizado no Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (Lanagro-PE).
Após a identificação da vaca com suspeita da doença, uma varredura foi feita por técnicos da pasta e autoridades sanitárias do estado. Foram investigadas 11 propriedades onde esteve a vaca sacrificada. Depois que mais de 4 mil animais foram inspecionados, 49 foram selecionados, por terem nascido um ano antes ou um ano depois da vaca que levantou a suspeita e a conclusão foi de que todos estavam em plena condição física e de saúde e não tinham a doença.
O ministério ressaltou na nota de ontem aplicar medidas de prevenção e vigilância da doença, que são atualizadas constantemente, em harmonização às informações científicas disponíveis e às recomendações da OIE. "Diante dessas ações, consolidadas há muitos anos, um registro de enfermidade não configura risco sanitário, visto que as mitigações em curso são suficientes para evitar a reciclagem e amplificação do agente causador", diz no comunicado.
Apreensão
No mercado, a atitude é de cautela, já que o caso pode se mostrar isolado, atípico ou mesmo atrapalhar a venda da proteína para alguns países. Há comentários, segundo fontes ouvidas pela reportagem, de que Egito e Irã poderiam ter suspendido temporariamente as compras da proteína nacional, mas a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) diz que, neste momento, não há confirmação de embargos.
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