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Com uma queda de 10,6% nas exportações, que somaram US$ 817,8 milhões, e um avanço de quase 60% nas importações (US$ 632,8 milhões), o saldo da balança comercial paranaense fechou o mês de novembro em US$ 185 milhões. Embora as vendas do estado permaneçam superiores às compras, essa diferença está bem mais apertada do que há um ano: em novembro de 2005, o saldo comercial havia sido de US$ 515,8 milhões, quase três vezes maior que o registrado no mês passado.

No acumulado dos primeiros 11 meses do ano, o cenário não é muito diferente. Prejudicadas por fatores como o baixo patamar do dólar e a quebra da safra agrícola, as exportações do Paraná caíram 1,4% na comparação com o mesmo período de 2005, totalizando pouco mais de US$ 9 bilhões, frente a um avanço de 31,6% das importações, que somaram US$ 5,5 bilhões de janeiro a novembro. Como resultado, o saldo da balança ficou quase 30% menor, caindo de US$ 5 bilhões para cerca de US$ 3,6 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da consultoria curitibana GT Internacional.

"Apesar de não ser uma queda expressiva [das exportações], o valor se torna preocupante, uma vez que a média nacional de crescimento das exportações está na casa dos 16%", avalia um relatório divulgado ontem pela GT Internacional. De acordo com a consultoria, a exportação de produtos básicos – entre os quais a soja, um dos principais itens da pauta paranaense – recuou 12% entre janeiro e novembro. Por outro lado, o crescimento de 66% nas vendas de açúcar e o salto das exportações de milho (que aumentaram quase seis vezes neste ano) minimizaram a queda do setor agrícola, que foi prejudicado pela quebra da safra em função da seca.

Os produtos industrializados, que representam quase 70% do total exportado pelo estado, registram aumento de 3,3% nas vendas em 2006. Mas o desempenho varia muito, entre produtos e companhias exportadoras. As vendas de motores para veículos, por exemplo, cresceram 6%, beneficiando empresas como a Renault (crescimento de 14%) e Tritec Motors (18%). No entanto, as vendas de automóveis recuaram 16,5%, principalmente por conta do mau resultado da Volkswagen – que segue como maior exportadora paranaense, mas viu seu faturamento despencar quase 40% no ano. A Volvo, fabricante de ônibus e caminhões, amarga queda semelhante na sua receita com o comércio exterior.

Entre os principais destinos das exportações paranaenses, a GT Internacional destaca o crescimento de Argentina (29%), Holanda (11%), Irã (62%), México (27%), Itália (36%) e Venezuela (36%). No entanto, destinos como Estados Unidos, Alemanha, China e Reino Unido – que estão entre os sete maiores clientes do Paraná – reduziram significativamente suas compras. "Este fato aponta para a necessidade de que as empresas olhem mais atentamente para os chamados novos mercados. Neles, as economias apresentam crescimento, o mercado normalmente não se encontra saturado e a necessidade de novos produtos facilita a abertura desses mercados", avalia o relatório da GT Internacional, que considera que os compradores mais tradicionais tendem a ficar cada vez mais exigentes e a concorrência, mais acirrada.

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