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Veja que o início de 2009 está sendo ruim para as exportações paranaenses |
Veja que o início de 2009 está sendo ruim para as exportações paranaenses| Foto:

Compradores: China e Índia "abusam" do açúcar do PR

Entre os dez principais clientes do Paraná, apenas Venezuela, China e Índia elevaram suas importações no primeiro bimestre. O país governado por Hugo Chávez importou 62% a mais que um ano atrás, alta que se disseminou por todos os principais produtos comprados pelos venezuelanos – como alimentos, veículos e máquinas. No caso de chineses e indianos, o maior responsável pelo avanço foi o açúcar. Os asiáticos, que nos dois primeiros meses do ano passado não haviam importado sequer um grão de açúcar, desta vez compraram, juntos, US$ 65 milhões. Com isso, as compras chinesas subiram 23% no bimestre; as indianas foram multiplicadas por cinco. Os demais compradores, no entanto, se retraíram. A Argentina, que há um ano era o maior cliente, reduziu suas importações a US$ 90 milhões – um terço do que adquiriu no primeiro bimestre de 2008. (FJ)

A retração do comércio internacional voltou a causar estragos, desta vez ainda mais fortes, nas exportações paranaenses. Depois de recuar 27% em janeiro, as vendas do estado ao exterior despencaram 39% em fevereiro, na comparação com igual período do ano passado. Os embarques no mês somaram US$ 597 milhões, o pior resultado desde janeiro de 2005. As importações recuaram ainda mais (-49%), para US$ 557 milhões, o que garantiu um saldo positivo de US$ 40 milhões na balança mensal do estado. Os números são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O relatório do ministério mostra que, no Paraná, os impactos da crise sobre as atividades ligadas ao comércio internacional foram mais agudos que na média nacional. No acumulado do primeiro bimestre, as exportações do estado caíram 33%, ao passo que em todo o país a baixa foi de 26%. As compras, por sua vez, recuaram 40% desde o início do ano, mais que a retração média de 25% apurada no Brasil.

Os números de fevereiro reforçaram outra tendência pouco animadora. De acordo com o MDIC, os produtos mais afetados pela crise têm sido os industrializados, que têm maior valor agregado e respondem pela maior parte das vendas do Paraná. Em janeiro e fevereiro, o embarque desse tipo de mercadoria recuou cerca de 40% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, fazendo com que sua participação nas exportações paranaenses recuasse de 68% para 60% do total.

Com isso, os produtos básicos – que não passam por qualquer transformação e cujos preços geralmente dependem das oscilações do mercado mundial de commodities – ganharam importância, ainda que suas vendas tenham caído cerca de 15% no mesmo período.

Queda geral

Dos dez principais grupos de produtos exportados pelo estado, apenas o de cereais teve resultado positivo em fevereiro – cresceu 18%, graças ao aumento dos embarques de milho. A categoria de veículos e autopeças, que há um ano liderava com folga a lista dos principais produtos exportados, reduziu em 46% suas vendas e caiu para o segundo lugar.

A liderança "caiu no colo" do grupo de carnes, cujas vendas diminuíram 22%, retração mais discreta que a sofrida pelos concorrentes mais próximos. Os segmentos de máquinas e equipamentos, madeira, soja em grão, farelo de soja e papel e celulose tiveram seus embarques reduzidos entre 25% e 60%.

Paranaguá

Os dados de movimentação do Porto de Paranaguá, acumulados de 1º de janeiro a 15 de março, apontam para a mesma direção. Na soma de importações e exportações, a carga total movimentada no terminal caiu 32% em relação a igual período de 2008. Os embarques recuaram 8,5%, ao passo que a movimentação de produtos importados recuou quase 70%.

Entre os destaques negativos, está a queda do número de veículos exportados – foram 8,9 mil unidades nesses dois meses e meio, frente a quase 21 mil um ano atrás. Um dos poucos dados favoráveis foi o forte avanço das vendas de açúcar, que somaram quase 500 mil toneladas no período, 40% a mais que em 2008.

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