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Porto de Navegantes, em Santa Catarina: preço mais baixo das commodities atrapalha os embarques brasileiros | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Porto de Navegantes, em Santa Catarina: preço mais baixo das commodities atrapalha os embarques brasileiros| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Análise

Queda é "natural", diz secretário

Agência Estado

Rio de Janeiro - O recuo de 12% no saldo da balança comercial em julho (US$ 2,9 bilhões), em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 3,3 bilhões) é um movimento "natural", avaliou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. Segundo ele, o fato de o superávit ter ficado abaixo das estimativas é um fenômeno que já ocorreu em anos anteriores. "Isso é natural. Se pegarmos os anos anteriores não é uma variação considerável. E evidentemente começa-se a sentir agora um efeito relacionado com a taxa de câmbio, que mudou há três meses e que começa a ter efeito agora", afirmou Barral.

Para analistas, os números divulgados ontem não devem trazer modificações relevantes nas estimativas para o resultado fechado de 2009. A economista do Banco BBM Ana Flávia Soares destaca que o movimento mais fraco do final de julho teve ligação com um comportamento menos favorável da balança exatamente nos últimos dias do mês.

Brasília - Depois de vários meses apresentando crescimento em relação ao ano passado, o saldo da balança comercial mostrou queda de 12% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2008. E o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, afirmou que o recuo pode continuar ao longo do segundo semestre de 2009.

O superávit de US$ 2,93 bi­­lhões registrado no mês passado foi 36% menor que o de junho. Segundo Barral, o principal fator da queda em relação a julho de 2008 foi a redução das exportações de soja.

De acordo com o secretário, dois fatores devem contribuir para o enfraquecimento do saldo comercial nos próximos meses: o dólar barato, que incentiva as importações e desestimula as exportações, e o preço mais baixo das commodities este ano em relação ao último trimestre de 2008. "O câmbio tem efeito de incentivo às importações", disse. O secretário, no entanto, ainda espera que a balança apresente um superávit importante este ano. De janeiro a julho, o saldo é de US$ 16,91 bilhões, 15,6% maior que no mesmo período do ano passado.

O Ministério do Desen­volvimento mantém a expectativa de que as exportações vão chegar a US$ 160 bilhões em 2009, o que representaria uma queda de 20% em relação a 2008. Em julho, as vendas somaram US$ 14,1 bilhões, 30,8% a menos do que em julho do ano passado.

China

A redução dos embarques de soja foi o principal motivo pela queda, especialmente para a China, maior parceiro comercial do país. As exportações para o país mostraram em julho queda 21,7%. Para toda a Ásia, a queda foi de 13,4%. Os dois mercados são os únicos em que as exportações brasileiras registram elevação no acumulado do ano. "Alguns mercados importantes, como EUA, Europa e Argentina ainda não retomaram o nível de compra que tiveram o ano passado", disse Barral.

Além disso, a queda no superávit comercial em julho foi influenciada pelo aumento das importações, que somaram US$ 11,2 bilhões, com alta de 4% em relação a junho. As compras subiram pelo terceiro mês consecutivo. Barral disse que o efeito da desvalorização do dólar ainda não foi notado na balança comercial. Segundo ele, o crescimento já registrado pode ser explicado pela expansão das compras governamentais de produtos farmacêuticos.

As importações destes itens cresceram 35,5% em relação a julho de 2008, somando US$ 351 milhões no mês passado. A maioria dos demais produtos importados registrou queda em relação ao ano passado.

As aquisições de bens de consumo são as que menos caem na comparação de julho deste ano contra o mesmo mês do ano passado. Recuaram 17,9%, contra uma queda de 52,8% nas importações de combustíveis e lubrificantes, de 32,5% nas compras de matérias-primas e intermediários e de 31,9%, de máquinas e equipamentos.

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