O faturamento das exportações paranaenses atingiu US$ 1,11 bilhão no mês de agosto, com crescimento de 15,5% sobre as vendas de agosto de 2005. Mas o aumento não foi suficiente para reverter as perdas do setor. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as exportações do estado recuaram 1,3%. De janeiro a agosto de 2006, o Paraná vendeu US$ 6,53 bilhões, frente a US$ 6,62 bilhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

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Os resultados do estado ficaram abaixo do desempenho do Brasil nas duas comparações. Em agosto, as exportações brasileiras somaram US$ 13,64 bilhões, com crescimento de 20,2% sobre agosto de 2005. No acumulado do ano, as vendas para o mercado externo avançaram 15,9%, atingindo US$ 88,16 bilhões.

Com isso, a participação do Paraná no total exportado pelo Brasil caiu: no ano passado, o estado respondia por 8,7% das vendas nacionais; em 2006, a proporção caiu para 7,4%.

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Segundo pesquisa realizada mensalmente pelo Banco Central, o mercado espera que o superávit da balança brasileira chegue a US$ 42 bilhões. Para 2007, a previsão é de resultado positivo de US$ 36 bilhões.

O economista Hugo Meza Pinto, professor de Macroeconomia das faculdades Unicenp e Santa Cruz, atribui o mau desempenho paranaense à estiagem, que comprometeu a colheita de grãos, e à redução do preço internacional da soja. A queda das cotações da commodity agravou um cenário em que o dólar desvalorizado já atrapalhava bastante. Além disso, a queda do consumo de frango na Europa – causada pela gripe aviária –, e os embargos provocados pela febre aftosa comprometeram os resultados do setor de carnes.

Para o economista, outro ponto fraco do Paraná é a excessiva dependência de commodities – produtos cujo preço é definido pelo mercado internacional e que, por isso, praticamente não podem ser reajustados pelos produtores. Por outro lado, estados que se destacam pela exportação de produtos industrializados têm maior flexibilidade para mexer nos preços. Por isso, mesmo quando há uma queda na quantidade vendida, a receita acaba compensando.

Além do Paraná, apenas seis estados do país registraram queda no valor vendido em 2006, sendo que Alagoas e Amazonas tiveram os piores desempenhos, com reduções superiores a 20%. Os melhores resultados foram os obtidos pelos estados do Rio de Janeiro – com crescimento de 43,2%, influenciado pela alta do petróleo – e Pará, cujas exportações aumentaram 35%, graças ao aumento do preço do minério de ferro. Amapá e Roraima mais do que duplicaram suas vendas, mas os valores totais são insignificantes.

Sob o impacto da crise do agronegócio, as vendas de todo o Sul perderam espaço neste ano. Nos oito primeiros meses de 2005, a participação da região era de 22,6% do total vendido pelo Brasil. Neste ano, o índice é de 20,2%. Mas, ao contrário do Paraná, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina elevaram suas receitas com exportação neste ano, em 10,9% e 6,5%, respectivamente.

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