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Vista do porto de Paranaguá, principal ponto de embarque das exportações paranaenses: queda nas vendas do complexo soja foram decisivas para o resultado ruim de janeiro | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Vista do porto de Paranaguá, principal ponto de embarque das exportações paranaenses: queda nas vendas do complexo soja foram decisivas para o resultado ruim de janeiro| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Perspectivas

Valores devem subir nos próximos meses

O quadro de retração das exportações paranaenses tende a mudar nos próximos meses. As estimativas indicam que os produtores do estado vão colher cerca de 40% mais soja neste ano, superando com sobras a quebra da safra anterior. E, se mantida a tendência de crescimento das importações chinesas, os preços do grão devem continuar firmes.

Como as receitas com a soja em grão representam mais ou menos 20% das exportações do Paraná, uma produção grande e bem remunerada vai empurrar para cima os números totais do estado.

As perspectivas para os frigoríficos de aves – que são responsáveis por cerca de 10% dos embarques do estado e buscam superar a crise de 2012 – são razoavelmente otimistas. A previsão da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) é de um aumento de 6% nas exportações brasileiras de frango, o que beneficiaria o Paraná, um dos principais produtores.

Sobre as vendas externas de veículos e componentes, por outro lado, pairam incertezas em relação à demanda argentina, que até agora não deu sinais de reação. Em janeiro, por exemplo, os despachos desses produtos para o país vizinho caíram quase 50%.

O cenário para o conjunto dos bens industrializados também não é dos mais claros. Eles vão depender da manutenção do dólar próximo de R$ 2 – de preferência, acima disso – e da incerta demanda internacional. A Fiep, federação das indústrias, trabalha com a hipótese de um leve crescimento na venda desses produtos em 2013.

Brasil

Embora um pouco melhor, o comportamento recente das exportações do Paraná não é tão diferente da situação brasileira. Em janeiro, o Brasil vendeu ao exterior pouco me­nos de US$ 16 bilhões, menor valor desde janeiro de 2011. No acumulado de 2012, após dois anos de forte crescimento, as exportações nacionais caíram 5%; as paranaenses, que também vinham de duas altas fortes, subiram 2%.

Depois de encerrar 2012 crescendo pouco, as exportações do Paraná começaram 2013 encolhendo. Prejudicadas pela retração dos embarques do complexo soja, as receitas somaram US$ 968 milhões em janeiro, 14% abaixo do valor registrado um ano antes. Foi a primeira vez em 24 meses que o faturamento mensal das exportadoras ficou abaixo da marca de US$ 1 bilhão.

As vendas de novembro e dezembro já tinham sido relativamente fracas, o que limitou o avanço dos embarques totais de 2012 a apenas 2% – desempenho muito aquém do observado nos dois anos anteriores, quando o faturamento das exportadoras cresceu a taxas anuais de mais de 20%.

INFOGRÁFICO: Paraná atingiu o menor nível de exportação desde dezembro de 2011

A deterioração dos números também fica evidente no indicador das exportações acumuladas em 12 meses, que reflete a evolução das vendas no longo prazo. Após três meses em queda, ele atingiu em janeiro o patamar de US$ 17,5 bilhões, o mais baixo desde dezembro de 2011.

Em meio a tantos dados negativos, a boa notícia é que os números tendem a melhorar nos próximos meses, movidos principalmente pela colheita da safra de verão, que promete bater recorde.

Culpados

Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do governo federal, indicam que a soja e seus derivados foram os principais responsáveis pela retração de janeiro. Embalados por um movimento de antecipação de compras, principalmente por parte da China, esses produtos haviam batido recordes no começo do ano passado; agora, recuam para níveis inferiores à média.

Somadas, as vendas de soja em grão, óleo e farelo caíram 73% no mês passado. Se fossem excluídas das contas, as exportações do Paraná teriam crescido 5% em relação a janeiro de 2012, em vez de cair 14%.

Embora o complexo soja tenha sido o maior culpado pela queda, os outros dois principais grupos da pauta exportadora do estado também se retraíram no mês passado. O setor de carnes despachou 10% menos que em janeiro de 2012, e o grupo de veículos e componentes também foi mal: afetado por mais uma retração nas importações da Argentina e também pela parada na fábrica da Renault, o setor automotivo reduziu seus embarques em 27%.

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