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Afetadas pela perda de ritmo dos embarques de soja, carnes e veículos, as exportações paranaenses caíram pelo segundo mês consecutivo em julho. As vendas ao exterior somaram US$ 1,49 bilhão, 3% menos que no mês anterior. Na comparação com julho de 2011, elas ficaram praticamente estáveis, com leve baixa de 0,2%, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Outra evidência da desaceleração do comércio exterior está no crescimento acumulado desde o início do ano. No primeiro trimestre, as exportações do Paraná foram quase 20% maiores que as do mesmo período de 2011; na metade do ano, esse indicador já havia recuado para 7% e, ao fim de julho, a expansão acumulada desde janeiro era de apenas 6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Essa perda de fôlego repercutiu no saldo da balança comercial do estado. Após dois meses de superávit, o Paraná voltou a registrar déficit no comércio exterior: em julho, as importações superaram as exportações em aproximadamente US$ 40 milhões. O balanço dos sete primeiros meses de 2012 mostra um déficit ainda maior. Como as empresas do estado compraram US$ 11,05 bilhões em mercadorias importadas e venderam US$ 10,34 bilhões ao exterior, acumularam um déficit de pouco mais de US$ 700 milhões.

Os três principais grupos de produtos exportados pelo estado sofreram retração na passagem de junho para julho. As vendas de soja em grão diminuíram 8%, acusando algum esgotamento depois dos vários recordes batidos desde o início do ano, e os embarques de carnes recuaram 2%. As exportações de veículos e peças caíram ainda mais, quase 30%, influenciadas pela queda na demanda da Argentina – que nos meses anteriores havia importado grandes volumes do Paraná.

Apesar da retração de julho, as exportações dessas três categorias de produtos ainda estão acima dos níveis de 2011. Nos sete primeiros meses do ano, as vendas de soja cresceram 31%; as de carnes, 4%; e as de veículos e peças, 23%.

Câmbio

A freada nas exportações indica que a alta do dólar, teoricamente benéfica aos exportadores brasileiros, deu pouco ou nenhum estímulo aos negócios até agora – até porque a crise na Europa tem ajudado a conter a demanda internacional. Mas o avanço da taxa de câmbio tem ao menos o efeito imediato de elevar os ganhos dos exportadores, que, ao trocar moedas, ganham mais reais para cada dólar obtido nas exportações.

Em julho do ano passado, por exemplo, a cotação média do dólar era de R$ 1,564; no mês passado, a taxa foi de R$ 2,029, o que representa uma alta de 30% em um ano. Por isso, embora as receitas em dólares tenham sido quase idênticas nesses dois meses, na conversão para reais o faturamento dos exportadores paranaenses subiu 29%. Na soma das vendas de janeiro a julho, as receitas em reais cresceram 25%, ante uma alta de apenas 6% na contabilidade em dólares.

Perspectivas

De agora em diante, com a esperada redução nos embarques de soja – em geral mais fracos no segundo semestre –, algum alento pode vir dos embarques de milho, que se concentram na metade final do ano. Na passagem de junho para julho, as exportações paranaenses do cereal quase quadruplicaram, somando 263 mil toneladas, com receitas de quase US$ 64 milhões, e volumes bem maiores são esperados para os próximos meses.

Por outro lado, os exportadores podem continuar sofrendo os efeitos de variadas greves em órgãos responsáveis pela fiscalização e desembaraço de mercadorias nos portos e aduanas. No mês passado, por exemplo, a liberação de produtos no Porto de Paranaguá foi afetada por uma operação-padrão da Receita Federal e pela paralisação dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No início deste mês, foi a vez de os fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura entraram em greve.

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