A produção de veículos no Brasil é retomada paulatinamente, ao acompanhar a retomada de fôlego do mercado interno estimulado pela redução de IPI sobre os veículos novos. Entretanto, as exportações trazem um quadro preocupante para a indústria automobilística nacional. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados nesta segunda-feira (9), o primeiro bimestre do ano fecha com 49.778 unidades vendidas no mercado externo. O volume representa queda de 57% em relação a igual período de 2008.
O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, alerta que todos os mercados mundiais caem de forma"contundente" e que o Brasil tem perdido significativamente a participação nas vendas de veículos em outros países. "Não retomaremos o ritmo das exportações tão cedo".
Ao contrapor janeiro de 2008 com janeiro de 2009, Schneider afirma que as vendas para a Argentina já caíram 68%, de 25.700 para 8.200 unidades. No caso do México, a redução chega a 59% - as exportações para o país no período caíram de 13.400 para 5.400 unidades. Para a União Europeia a redução foi de 17% (de 3.800 para 3.100 veículos), nos países do chamado Grupo Andino a retração foi de 61% (2.700 para 1.000 unidades) e, para o Chile país que não possui indústria automobilística local -, foi de 80% (de 2.599 para 500 unidades).
Em dólares, a perda também é expressiva. Entre janeiro e fevereiro deste ano foram exportados US$ 962,7 milhões, queda de 53,8% ante o primeiro bimestre de 2008, quando foram vendidos para outros mercados US$ 2,08 bilhões em veículos e máquinas agrícolas.
"Já há mercados automotivos em depressão, com quedas de vendas, entre 50% e 60%, e de produção, de 40% a 50%", destaca Schneider sobre a drástica redução do poder de compra de países que são clientes da indústria de veículos nacional. "O nível de crédito no exterior diminuiu muito."
Importações
No caso das exportações, a previsão também é de retração. Em fevereiro, o número de emplacamentos de veículos importados caiu 20,5% sobre janeiro: foram 30.715 unidades adquiridas no país contra 38.628 no mês anterior. A Anfavea explica a redução como o resultado de intensa ação comercial para reduzir os estoques de importados.
Porém, de acordo com o presidente da Anfavea, a projeção é de que a redução se acentue ainda mais. "A partir de agora há uma tendência de queda das importações por causa do dólar. Não chegaremos aos 13% registrados no ano passado", diz Schneider.
Segundo ele, além da questão cambial, a queda das exportações afeta os acordo bilaterais entre países como Argentina e México, o que afeta diretamente o volume importado. "De onde importamos, exportamos muito", observa. Assim, com a redução de volumes nas vendas para estes países, as compras também diminuirão.
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião