As exportações brasileiras devem encolher em 2014 pelo terceiro ano consecutivo, segundo o Banco Central. O desempenho ruim do Brasil no comércio exterior até o momento levou o governo a reduzir a previsão para as exportações nacionais para US$ 240 bilhões, 1% abaixo do verificado em 2013. Desde 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff, quando o país teve recorde de vendas (US$ 256 bilhões), esse montante está em queda.
Em 2013, operações contábeis envolvendo a venda de plataformas de petróleo que não deixaram fisicamente o país evitaram que o Brasil registrasse déficit. Neste ano, esse expediente também ajudou no resultado. No ano passado, essas plataformas renderam US$ 7,7 bilhões, ante US$ 2 bilhões nos oito primeiros meses de 2014.
A taxa de câmbio desfavorável ao exportador e aumento de custos que tiram competitividade do produto brasileiro são apontados por especialistas como fatores que fizeram o Brasil perder espaço no comércio internacional. O governo, no entanto, tem responsabilizado a crise internacional pelos resultados ruins também nessa área.
A expectativa de queda nas vendas para o exterior levou o BC a reduzir a estimativa final para o saldo da balança comercial. A instituição prevê um superávit de US$ 3 bilhões neste ano em junho, previa US$ 5 bilhões. A previsão do governo ainda está acima das contas dos analistas do mercado financeiro, que preveem saldo positivo de US$ 2,4 bilhões em 2014.
A revisão das previsões na área comercial foi a principal mudança nas projeções do BC para as contas externas. No total, o país vai registrar um saldo negativo de US$ 80 bilhões nas transações com o exterior, similar ao de 2013. Essa projeção não mudou porque, de acordo com o Banco Central, espera-se saída menor de dinheiro nas contas de serviços e rendas.
Também se espera uma remessa menor de lucros para o exterior, já que a estagnação da economia levará as empresas que atuam no país a lucrar menos este ano.
Mais pressão
O déficit com o exterior se estabilizou em valores absolutos e na comparação com o PIB. Está em 3,5%, praticamente o mesmo patamar verificado nos últimos 12 meses.
Para o BC, a situação é confortável. Para analistas, não há sinais de crise, mas trata-se de um patamar elevado e que contribui para colocar pressão sobre o câmbio.
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