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Fórum

Setor leiteiro reage a importações

Balanço do setor leiteiro do Sul do país, dono de 30% da produção nacional, aponta capacidade ociosa de 43% de seu parque industrial. Representantes dos 310 mil produtores da região dizem que o desequilíbrio é gerado por excessivas importações. "As importações abusivas e desnecessárias que visam aproveitar as vantagens econômicas trazidas pelo sistema cambial, atualmente favorável às importações, só impactam negativamente o mercado interno’’, diz documento oficial do Fórum Permanente da Cadeia Láctea da Região Sul. Segundo os produtores, a cada quilo de leite em pó importado, a indústria deixa de comprar dez litros de leite dos produtores nacionais.

Em reunião realizada em Curitiba, o fórum leiteiro decidiu partir para uma ofensiva que prevê articulação com o Congresso e o governo federal, no campo político. Já na área comercial, os produtores vão enviar consulta oficial ao governo federal para mapear onde estão os maiores importadores, se na indústria ou nos supermercados. "O setor lácteo tem todas as condições de ser a próxima frente do agronegócio’’, disse, por meio da assessoria, Elton Weber, que preside o Conselho dos Produtores Rurais da Cadeia do Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag).

A mobilização também passará por fiscalização de futuros acordos comerciais com outros países.

As exportações de carne bovina, suína e de frango deverão crescer em 2011, de acordo com as entidades que representam cada um desses segmentos. Embora 2010 já tenha sido um ano bom, especialmente para as carnes bovina e de frango, a recuperação da demanda internacional após a crise deve se intensificar ao longo deste ano, elevando preços e volumes embarcados. Entre os principais desafios para a indústria está o desenvolvimento de novos mercados. A abertura dos Estados Unidos para as carnes de Santa Catarina é vista como passaporte para a entrada em mercados antes impensáveis, como a Coreia do Sul e o Japão.

No caso da carne bovina, a receita das exportações brasileiras deverá crescer para algo entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,5 bilhões, de acordo com Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec). Segundo ele, a entidade se concentrará na abertura de mercados estratégicos, como Coreia do Sul e Japão. "Quero priorizar mercados de maior poder aquisitivo e que remunerem mais", afirmou. Outros mercados a serem abertos são México, Indonésia, Turquia e Iraque. A ampliação das exportações para emergentes como Angola, China, Cuba e Marrocos também está na pauta.

Em 2010, a receita das ex­­portações de carne bovina deve somar US$ 4,9 bilhões. O valor é US$ 100 milhões menor que a projeção inicial de US$ 5 bi­­lhões para o ano. Em volume, as vendas deverão atingir 1,64 milhão de toneladas equivalente-carcaça. Em 2009, a receita das exportações atingiu US$ 4,12 bilhões e, o volume, 1,924 milhão de t equivalente-carcaça.

Os principais fatores que prejudicaram o desempenho das exportações de carne bovina no ano foram a perda de competitividade por causa do câmbio, o embargo dos Estados Unidos à carne termoprocessada brasileira devido à detecção de ivermectina acima do permitido e a recuperação ainda gradual de alguns importantes mercados importadores da carne bovina brasileira.

Apesar do desempenho aquém do esperado, os preços estão reagindo no exterior. Até novembro, de acordo com a entidade, os valores médios praticados subiram 17%, mas as dos concorrentes também acompanharam o movimento. "O grande objetivo da Abiec, com um trabalho com o governo, é trazer competitividade à carne brasileira", declarou Camardelli.

Suínos

Após a queda registrada em 2010, os embarques de carne suína devem voltar ao patamar das 600 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). "Como o mercado interno esteve muito mais atrativo do que o externo, pudemos exercer a opção por não vender aos preços que os importadores ofereciam, para melhor remunerarmos nossos produtos", disse o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto. Já para 2011, Camargo Neto acredita que o volume exportado de carne suína brasileira deverá voltar à média histórica.

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