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Curitiba – Os países árabes compram cada vez mais produtos brasileiros. As exportações para as 22 nações que compõem a Liga Árabe tiveram um crescimento de 18% no primeiro semestre do ano em relação a 2004, alcançando a marca de US$ 2,19 bilhões. O Paraná, no entanto, não teve um bom resultado com esses parceiros comerciais. As vendas do estado para a região caíram 29,55% no primeiro semestre em comparação com igual período do ano anterior.

Para superar essa queda e aproximar os empresários paranaenses do mercado árabe, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, promove, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o seminário "Negociando com os Países Árabes", em Curitiba. A intenção é mostrar as oportunidades existentes naquela região do globo, na qual os países somam um Produto Interno Bruto (PIB) de, aproximadamente, R$ 815 bilhões e uma população de mais de 300 milhões de habitantes.

O presidente da câmara árabe, Antônio Sarkis Júnior, revela que existem planos de dobrar o fluxo comercial entre o Brasil e a Liga, hoje em US$ 8,1 bilhões, no prazo de três a cinco anos. Segundo ele, os setores hoteleiro, de equipamentos médico-hospitalares, moda, automotivo, da construção civil e moveleiro são os que têm maior potencial de crescimento. "Além desses setores, já temos um grande volume de exportações de carnes (de frango e bovina), açúcar, minério de ferro, soja, café, veículos, têxtil, entre outros", afirma Sarkis.

A Arábia Saudita é o principal comprador de produtos brasileiros entre os países da Liga, tendo importado US$ 470 milhões em 2004. O Egito comprou US$ 392,1 milhões, enquanto os Emirados Árabes Unidos ficaram com a terceira posição, com US$ 286 milhões. Dentre as 22 nações da Liga, a Líbia foi a que mais aumentou seu volume de compras, alcançando US$ 75 milhões, mais que o dobro do ano anterior.

Na contramão do aumento das exportações para a região, o Paraná vendeu apenas US$ 316,7 milhões para os países da Liga no primeiro semestre. Os produtos mais vendidos foram a carne de frango, seguida pelo açúcar, pelo complexo soja e pelos derivados de madeira. Entre os responsáveis pela queda na venda de produtos paranaenses aos árabes está o complexo soja. Somente a Arábia Saudita comprou do Paraná, neste primeiro semestre, US$ 11,6 milhões a menos do produto, caindo de US$ 13,4 milhões para US$ 1,8 milhão.

Segundo os representantes das entidades do setor, a queda do preço internacional em cerca de 20%, somada à valorização do real e à quebra da safra provocada pela estiagem, explica o péssimo desempenho. "Esses fatores justificam essa redução tão significativa, apesar de o Oriente Médio não ser nosso principal foco" aponta Gustavo Sbrissa, técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). De acordo com Carlos Augusto Albuquerque, assessor da presidência da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), muitos agricultores estão com soja armazenada esperando preços mais altos.

Serviço: Seminário Negociando com os Países Árabes, hoje, às 18 horas, no Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores do Paraná (Av. Comendador Franco, 1341), em Curitiba.

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