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O anfitrião destes Jogos Olímpicos é o país que mais cresce no mundo há 30 anos e a uma taxa de 9% ao ano, puxada pelo avanço do setor industrial. Nesse período, tirou mais de 400 milhões de pessoas da pobreza, quadruplicou a receita per capita e promoveu o mais acelerado processo de urbanização já visto.

Hoje, o dragão que atrai e atemoriza é a terceira maior economia do mundo. Em termos de paridade do poder de compra, perde apenas para os Estados Unidos. Por esse critério, calcula-se que a China contribuiu, em 2007, com 35% do crescimento do Produto Interno Bruto global. A contribuição do Brasil foi inferior a 2 5%.

Como fez a Coréia do Sul em 1988, a China se candidatou a sediar os Jogos Olímpicos e trabalhou por sete anos para tudo sair perfeito e mostrar ao mundo as transformações dos últimos 30 anos, passar a imagem de um país desenvolvido, civilizado, moderno, do qual não é preciso ter medo.

"A China criou um modelo único de desenvolvimento, o denominado sistema socialista de economia de mercado, associando outros ingredientes ao seu modo de desenvolvimento: a reforma do sistema educacional, a priorização da ciência e tecnologia, a construção de infra-estruturas econômicas e o emprego de políticas agrícola e industrial pró-ativas, resume o economista Idaulo José Cunha, um especialista em desenvolvimento.

Ex-vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Cunha acaba de lançar o livro China, o Passado e o Futuro de um Gigante, contando a trajetória do gigante e mostrando as oportunidades que o crescimento chinês representam para o mundo.

Segundo Cunha, um dos marcos da reforma econômica promovida por Deng Xiaoping após 1979 foi facilitar o ingresso de capital externo para estimular o desenvolvimento industrial. Foram criadas Zonas Econômicas Especiais que ofereciam vantagens como a isenção de tributos sobre lucros e a redução ou isenção de tarifas de importação e de licenças para exportação. O passo seguinte foi a criação de Zonas de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico. Para se ter uma idéia, entre 1992 e 2000 ingressaram no país US$ 280 bilhões para implantação de 322 mil projetos.

Em 1990, a China produziu apenas 9% do aço mundial. Essa participação saltou para 37% em 2007, totalizando quase meio bilhão de toneladas. O cimento também é utilizado como indicador para avaliar o desempenho de uma economia. A produção chinesa era de 65 milhões de toneladas em 1978 e chegou a 1,24 bilhão em 2006 a brasileira é de 39 milhões.

O país lidera a produção mundial de aço, carvão, fertilizantes. Também é líder na produção de aparelhos de televisão, bicicletas e bens ligados tecnologia da informação, como laptops e celulares.

Ao assumir o papel de fábrica do mundo, a China tem deslocado e substituído produtores de países desenvolvidos e em desenvolvimento, graças a vantagens competitivas que suplantam em muito os baixos custos de sua mão-de-obra. Por outro lado, o país exibe extraordinário apetite por commodities oriundas da extração mineral e do agronegócio, avalia o economista.

A China é apontada como um dos causadores da inflação mundial de alimentos. Também é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, consome um terço de todo o aço e metade de todo o cimento produzido no planeta.

Com cifras assim, qualquer movimento retumba no mundo todo. E o impacto da China na economia mundial só tende a crescer. Pesquisa da Goldman Sachs prevê que em 2015 o PIB chinês será o dobro do alemão e maior que o japonês. Em 2039, a China deve disputar com os Estados Unidos o posto de maior economia mundial e, no ano seguinte, assumir a liderança.

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