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A rede social de Mark Zuckerberg  soma hoje 1,6 bilhão de usuários no mundo. | LLUIS GENE/AFP
A rede social de Mark Zuckerberg soma hoje 1,6 bilhão de usuários no mundo.| Foto: LLUIS GENE/AFP

O Facebook se envolveu nesta semana em mais uma polêmica sobre censura e suspeitas de direcionamento do conteúdo que trafega na rede social – e que tem gerado discussões e críticas acirradas nos Estados Unidos, que acompanha hoje uma intensa campanha política dos pré-candidatos à presidência do país.

O caso veio à tona após uma reportagem no site de tecnologia Gizmodo publicar acusações de um ex-editor de notícias da rede social, que disse que o Facebook excluía artigos escritos por ou sobre políticos conservadores – limitando, assim, o acesso dos usuários a esse tipo de opinião.

Segundo a denúncia, publicada na segunda-feira (9), artigos de fontes politicamente conservadoras – principalmente aqueles que tratavam de temas conservadores – eram omitidos deliberadamente da seção “Trending News”, que destaca as histórias mais populares na rede social.

“Cheguei ao meu turno e descobri que a CPAC (Conservative Political Action Conference), ou o (ex-candidato presidencial) Mitt Romney ou o (locutor de rádio) Glenn Beck, ou temas conservadores populares não seriam tendência porque o editor não reconheceu os tópicos ou porque tinha um viés contrário”, indicou a fonte anônima ao Gizmodo.

Após a denúncia, o Facebook, um ator dominante no mundo das redes sociais, negou ter um viés anticonservador. A empresa ressaltou que a popularidade das notícias é determinada por um algoritmo, depois é auditada – nunca manipulada – por membros da equipe de revisão para confirmar que os temas são de fato tendências.

“Há diretrizes rigorosas para que a equipe de revisão garanta consistência e neutralidade. Essas diretrizes não permitem a supressão de perspectivas políticas, nem a priorização de um ponto de vista sobre outro”, disse Tom Stocky, vice-presidente de análise do Facebook, que supervisiona a equipe responsável por administrar os Trending Topics.

Em uma mensagem publicada na rede social, ele assegurou que sua equipe estava submetida a “rigorosas regras para assegurar a coerência e a neutralidade” do tema.

“O trabalho dos nossos editores é registrado e verificado, e a violação dessas regras podem ser motivo de demissão”, acrescentou.

A rede sob críticas

As acusações desencadearam um duro debate na mídia americana e na própria rede social, que soma 1,6 bilhão de usuários no mundo.

O The New York Post dedicou uma reportagem exclusiva a sua primeira página para o tema nesta terça: “Você não irá ler isso no Facebook. O site censura as informações”.

“Eu me pergunto se a sondagem da Universidade de Quinnipiac que coloca (Donald) Trump cabeça a cabeça com Hillary (Clinton) na Flórida, Ohio e Pensilvânia é uma tendência no Facebook”, ironizou no Twitter Ari Fleischer, porta voz da Casa Branca durante a presidência de George W. Bush.

O Congresso americana também entrou na polêmica. Na terça-feira (10) o presidente republicano do Comitê do Comércio, Ciência e Transporte do Senado, John Thune, enviou uma carta ao diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, para pedir explicações. “Qualquer tentativa por parte de uma rede social neutra e aberta de censurar ou manipular o debate político é um abuso de confiança e não corresponde com os valores de uma internet aberta”, escreveu o senador da Dakota do Sul.

Para Joel Kaplan, decano associado à Newhouse School da Universidade de Siracusa, o “Facebook é uma empresa privada que pode fazer o que quiser. Se quiser destacar um tema ou um ponto de vista, está em seu direito, como está da Fox News ou do New York Times”. “Também acredito que é bom que qualquer meio ou selecionador de conteúdo insista em um tema que pensa que é importante”, conclui.

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