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Markku Makelainen, diretor do Facebook: negociações avançadas com operadoras locais | Divulgação
Markku Makelainen, diretor do Facebook: negociações avançadas com operadoras locais| Foto: Divulgação

Alcance

Iniciativa contará com o uso de drones para acessar regiões remotas

Em outra vertente do Internet.org, o Facebook e seus parceiros tentam viabilizar o acesso à internet a áreas remotas que não fornecem qualquer tipo de conexão à rede. Para isso, serão usados drones dotados de equipamentos de transmissão de dados, que serão testados a partir do ano que vem nos Estados Unidos.

Segundo um documento do Facebook divulgado no mês passado, os drones seriam alimentados por energia solar e controlados remotamente. Segundo um dos executivos da empresa, Yael Maguire, durante uma cerimônia nos EUA, os equipamentos podem chegar a ter o tamanho de uma aeronave comercial, como o Boeing 747. "Um dos modelos em que o laboratório está trabalhando tem o comprimento de seis ou sete carros [Toyota] Prius, mas o peso de quatro pneus do automóvel", relatou Maguire.

O Google trabalha há anos em uma iniciativa semelhante, chamada de Loon, que também pretende levar sinal de internet a regiões sem acesso. O projeto conta com balões que flutuam na estratosfera e fornecem conexão por meio de antenas especiais fixadas nas casas dos usuários.

O primeiro projeto-piloto começou ano passado, na Nova Zelândia, e novos testes estão sendo feitos no Vale Central da Califórnia e no Brasil, na Amazônia. Em abril deste ano, o Google comprou a fabricante de drones Titan Aerospace, startup que teria sido sondada anteriormente pelo Facebook. As aeronaves da Titan são alimentadas por energia solar e podem voar por até cinco anos sem precisar aterrissar. Além do projeto Loon, os drones também serão usados na coleta de fotos para o Google Maps e o Google Earth.

O Facebook completou em fevereiro dez anos de existência, reunindo em torno de si uma legião que chega hoje a 1,3 bilhão de usuários – de longe, a rede social mais acessada do planeta. Mark Zuckerberg, porém, quer mais. Há cerca de um ano, a empresa assumiu a missão de levar conexão à internet a todas as 4 bilhões de pessoas que ainda não têm acesso a esta tecnologia no mundo. Apesar de alardeada como uma causa nobre, capaz de levar desenvolvimento econômico e social às regiões mais pobres, a iniciativa também busca ampliar o mercado do Facebook e garantir a evolução da rede.

Para tal, Zuckerberg arregimentou parceiros que vão desde desenvolvedores de dispositivos móveis e softwares, como Ericsson, Samsung, Nokia e Qualcomm, a operadoras de telefonia, consideradas essenciais para o desenvolvimento do projeto, batizado de Internet.org. A intenção é que estas empresas ofereçam, em parceria com o Facebook, pacotes de dados a baixíssimo custo para celulares – ou até de forma gratuita, inicialmente.

A queda dos valores será possível por meio de tecnologias desenvolvidas para aprimorar a capacidade de compressão dos dados. Assim, um usuário poderá navegar na internet e usar aplicativos pelo celular mesmo em redes de baixa velocidade.

Os primeiros resultados começam a aparecer. Um aplicativo do Internet.org lançado na Zâmbia, para clientes da operadora Airtel, fornece acesso gratuito a sites selecionados de saúde, emprego e informações locais. No Paraguai, o Facebook lançou recentemente uma versão de seu aplicativo em guarani. O serviço foi feito por meio de uma parceria com a Tigo, que disponibiliza acesso grátis à rede social em regiões específicas – saindo dessa "zona livre", o usuário é "convidado" a contratar um pacote de dados.

No Brasil, o finlandês Markku Makelainen, diretor global de parcerias com operadoras do Facebook, anunciou que a empresa está em conversas avançadas para desenvolver ações com as quatro grandes operadoras do país (Vivo, TIM, Claro e Oi). "Quando o acesso à internet é oferecido, basicamente há um salto de qualidade de vida para essas pessoas. Serviços básicos gratuitos, como os que oferecemos, têm um peso bem baixo na rede. E são esses serviços gratuitos que podem levar a serviços premium, para que a partir daí se consiga monetizar esse acesso", explicou o diretor do Facebook.

O repórter viajou a convite da Futurecom.

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