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Acentuado pela falta de dragagem, o assoreamento do acesso ao Porto de Paranaguá, conhecido como Canal da Galheta, levou a Capitania dos Portos a restringir as manobras dos navios. Em duas portarias assinadas na última segunda-feira, o capitão dos portos Francisco dos Santos Moreira suspendeu a navegação noturna no canal e estabeleceu maior rigor nos procedimentos de segurança.

As portarias 19 e 20/2006 demonstram que as medidas têm como objetivo reduzir os riscos provocados pelo avanço do banco de areia da margem esquerda da Galheta. No documento em que aumenta as medidas de segurança, a Capitania diz que as restrições serão mantidas até que seja feita a dragagem do local por onde passam os navios.

Segundo uma fonte da Capitania, ao invés de ser reto, o percurso de quase 30 quilômetros, entre o porto e o Oceano Atlântico, ganhou curvas e ficou mais estreito. Por isso, embarcações grandes, que passam em profundidades acima de 11 metros, só serão autorizadas a entrar no canal quando não houver ondas, com visibilidade acima de 4 quilômetros e com a altura da maré acima de 1 metro.

As restrições devem aumentar custos e não têm prazo para serem contornadas. Segundo um operador portuário, o maior problema será quando o embarque dos navios acabar no fim da tarde. Nessa situação, eles teriam de esperar até 12 horas para sair do porto. Essa estadia custa entre US$ 15 mil e US$ 20 mil (R$ 36 mil a R$ 48 mil).

A solução para o problema, apontada na portaria, é a dragagem. Ela deixou de ser feita em julho do ano passado e desde então a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) vem tentando contratar o serviço. Em 15 de março, uma concorrência no valor de R$ 35 milhões fracassou porque pedia o uso de dragas importadas e apresentava problemas no licenciamento ambiental – dois fatores que aumentam os custos e os riscos do serviço.

A gestão do porto divulgou na época que preferia o uso de equipamentos maiores por serem mais eficientes e que era viável o aluguel em outros países. Há duas semanas, informou que ainda está tentando obter a licença junto ao Ibama. Ontem, a Appa foi procurada, mas preferiu não se manifestar.

Serviço

R$ 35 milhões foi o valor máximo oferecido pela Appa na última licitação para a dragagem do porto. A única proposta foi de R$ 60 milhões e a concorrência fracassou.

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