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Representantes do setor atacadista distribuidor ressaltaram ontem temer possíveis prejuízos causados por gargalos na infraestrutura brasileira. A preocupação foi apresentada durante a abertura da convenção da Abad. Segundo o presidente da associação, Carlos Eduardo Severini, o setor – responsável pelo abastecimento de 1 milhão de estabelecimentos comerciais – vai começar a enfrentar problemas caso não sejam concretizadas melhorias nos corredores de distribuição.

"Nós temos uma agenda política, organizada junto a setores correlatos, para negociar com o poder público. Até agora não tivemos problemas com gargalos, mas acreditamos que daqui para a frente vamos começar a sentir as dificuldades", afirma Severini. "O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai ajudar o nosso setor caso todas as obras projetadas sejam concluídas. Mas até agora não deu para sentir nenhuma diferença", avalia.

Paulo Pennacchi, presidente do Sindicato do Comércio Ataca­dista de Gêneros Alimentícios do Estado do Paraná (Sinca-PR), acredita que a logística paranaense está em uma posição privilegiada em relação ao resto do Brasil, mas ressalta: "As rodovias pedagiadas estão boas, mas o ideal seria haver uma redução do preço da tarifa, para que pudéssemos repassar esta economia para o varejista e o consumidor final", diz. "Nos estados das regiões Norte e Nordeste, onde o comércio regional mais cresce, as estradas estão profundamente avariadas", acrescenta.

Os representantes do setor de distribuição criticaram ainda o peso dos impostos nas operações entre atacado e varejo. "Um ponto no qual sempre insistimos é a realização da reforma tributária, com simplificação e unificação de alíquotas e processos entre os estados. Às vezes é mais simples importar um produto de outro país do que levá-lo de um estado a outro do Brasil", exemplifica Severini.

Apesar disso, os atacadistas mantêm o otimismo em relação ao futuro da economia brasileira, independentemente do vencedor das eleições presidenciais. "Não importa o resultado, não haverá alterações. As bases para o crescimento da classe C se manterão", acredita Severini. "As classes C e D, além de continuar crescendo, avançarão no consumo de produtos destinados originalmente para as classes A e B", complementa Pen­na­cchi.

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