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Como aconteceu a tragédia de Goiânia |
Como aconteceu a tragédia de Goiânia| Foto:

Há algumas semanas, o sinal amarelo acendeu para duas montadoras de origem francesa. A PSA Peugeot Citroën, com fábrica no Rio de Janeiro, tornou pública sua dificuldade em comprar peças no mercado nacional. Embora não comente o assunto, a Renault, de São José dos Pinhais, reduziu por pelo menos um dia o ritmo de produção de veículos, para "economizar" componentes.

Segundo Robson Jamaica, coordenador da delegação sindical da Renault, o episódio ocorreu há cerca de três semanas, quando o número de carros montados por hora teve de ser diminuído de 42 para 40. O problema foi a falta de pastilhas de freio, vidros, retrovisores e chicotes elétricos, todos produzidos em São Paulo. "A situação já está normalizada, mas a verdade é que o mercado cresceu de uma forma que ninguém esperava", diz Jamaica. A expansão da Renault tem sido mais acelerada que a média do mercado: neste ano, suas vendas cresceram 35%, frente aos 27% de todas as empresas, o que complica ainda mais a situação dos fornecedores.

"A expansão do mercado realmente pegou algumas autopeças de surpresa. No passado, muitas tiveram problema com o baixo crescimento das vendas, não investiram o suficiente e agora não conseguem aumentar a oferta. Mas acredito que o problema seja temporário, até porque no ano que vem o mercado deve crescer menos", avalia Genílson Santana, economista da MCM Consultores Associados. "Não creio que o Brasil vá produzir menos por falta de autopeças."

Na montadora de caminhões Volvo, da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a falta de componentes das caixas de câmbio e eixo traseiro dura vários meses. A situação só deve se normalizar quando o mercado se acalmar. As peças são importadas da matriz da Volvo, na Suécia, que trabalha no limite porque a demanda global também está muito forte, principalmente nos países do Leste Europeu.

O aperto limitou a produção da Volvo brasileira a 47 caminhões por dia, e a montadora tem perdido mercado por não conseguir atendê-lo. Suas vendas estão crescendo 26% neste ano, enquanto a média das concorrentes está em quase 30%. A situação é mais crítica no segmento de caminhões pesados. Enquanto o mercado cresce 42%, a Volvo tem de se contentar com um avanço de 16%.

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