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Motoristas fizeram filas em postos de combustível de várias cidades do estado, como Londrina. | Gilberto Abelha/Jornal Londrina
Motoristas fizeram filas em postos de combustível de várias cidades do estado, como Londrina.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal Londrina

Além da cadeia produtiva do agronegócio, as dezenas de interdições nas rodovias do Paraná afetam drasticamente o setor de distribuição, com impacto crescente sobre o comércio de combustíveis e alimentos, e a prestação de serviços. A situação é mais grave nas regiões de Maringá, Francisco Beltrão e Pato Branco. A GP Combustíveis, sediada em Pato Branco, tem mais de 20 caminhões presos em diferentes pontos de interdição e tem enviado funcionários para levar roupas e dinheiro aos motoristas que estão parados nas estradas.

Diretor da empresa, Maximino Pastorello afirma que prorrogou as férias de alguns funcionários e que não vai arriscar colocar em circulação os caminhões que estão no pátio. Segundo ele, manifestantes ameaçam atear fogo nos caminhões de combustíveis e avisaram aos motoristas da empresa para pararem todo o abastecimento. Além dos postos, agricultores em plena safra, taxistas e empresas de ônibus estão sem abastecimento.

A Transportes Cantú, de São José dos Pinhais, tinha ontem 12 caminhões parados – de uma frota de 160 veículos – em estradas do Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os veículos retidos em bloqueios transportam embalagens longa vida, autopeças, tecido não tecido (TNT) e alimentos não perecíveis. Segundo o diretor administrativo e financeiro da transportadora, César Cantú, em geral cada bloqueio dura de 8 a 12 horas, mas alguns veículos estão no mesmo lugar há mais de um dia.

“Quando possível, orientamos os motoristas a usar rotas alternativas. Quando não há opção, estamos retendo as cargas, porque não adianta mandar uma carga que não vai chegar”, diz. Cantú afirma que as paralisações vão afetar o faturamento da empresa, mas ele ainda não tem ideia do tamanho das perdas.

No varejo, a preocupação também é grande. Apesar de os reflexos tardarem um pouco mais que em outros setores, a perda de produtividade, a falta de qualidade dos produtos e o não cumprimento de prazos podem causar sérias perdas no setor. Paulo Nauiack, vice-presidente da Fecomercio-PR, afirma que a entidade apoia o movimento dos caminhoneiros e entende as reivindicações, mas está preocupada com seus reflexos. “O remédio é necessário, mas em excesso pode matar. “O momento já não está bom para o comércio e vai ficar pior porque o reflexo quem sente não é o governo, mas o consumidor”, pondera.

Supermercados

Segundo a Associação Paranaense de Supermercados (Apras), filiados de Francisco Beltrão, Pato Branco, Maringá e Foz do Iguaçu em menor proporção, já comunicaram a falta de produtos nas prateleiras e estão praticamente sem produtos hortifrúti, que dependem de abastecimento diário.

Segundo o superintendente Valmor Rovaris, empresários reportaram problemas com caminhões refrigerados presos nos bloqueios. Dependentes de energia elétrica para manter a refrigeração por mais de 18 horas, os caminhões não conseguem chegar aos postos e podem ter toda a carga perdida.

Colaborou Fernando Jasper
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