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Um dos entraves para o crescimento das doações individuais no Brasil é a falta de uma política de incentivo fiscal mais eficiente. "Para declarar uma doação para a Receita, o contribuinte precisa preencher o formulário, e não pode optar pelo formulário simplificado, que é usado pela maioria dos brasileiros", diz André Degenszajn, gerente de conhecimento do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), organização que reúne 131 das maiores instituições do terceiro setor no país. Juntas, as entidades do Gife – como Petrobras, Microsoft, Fundação Bradesco, Itaú Cultural e Instituto Vo­­torantim – investem cerca de R$ 2 bilhões por ano em projetos sociais. Uma estimativa feita pelo próprio Gife aponta que esse valor é cerca de 20% do total do investimento social feito pela iniciativa privada no país.

Entre as empresas do Gife, segundo Degenszajn, a áreas preferidas para a realização de projetos são, em ordem, educação, qualificação de jovens, cultura e meio ambiente. "Há uma preocupação grande das empresas em relação à marca. Então os temas mais consensuais são privilegiados. Os controversos, menos. É muito mais difícil, por exemplo, investir numa campanha de prevenção da tortura em presídios do que, digamos, em projetos para jovens e crianças", argumenta.

Segundo o gerente, o incentivo fiscal dado às empresas que investem no terceiro setor não chega a ser determinante para a decisão de ajudar, mas é um potencializador. "Há uma questão da marca, de ganhar visibilidade, sem dúvida. Mas com certeza não é só por causa disso. Às vezes faz parte de uma determinada agenda, de uma leitura do presidente da empresa ou do conselho da companhia", afirma De­­genszajn.

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