• Carregando...
Roseli de Andrade, costureira em Imbituva: “O ano está bom, mas espero que ainda melhore” | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Roseli de Andrade, costureira em Imbituva: “O ano está bom, mas espero que ainda melhore”| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Descosturando

Veja alguns dados sobre o setor têxtil do Paraná:

Empregos

O setor têxtil é o segundo maior empregador da área industrial do estado, com 15,36% do total de trabalhadores. Essas indústrias empregam mais de 90 mil trabalhadores, o que representa perto de 6,74% de todos os funcionários do setor no país. Em 2009, o setor no Paraná exportou R$ 119,5 milhões e importou R$ 101,7 milhões.

Leia a matéria completa.

O bom momento econômico pelo qual passa o país, aliado ao aumento da massa salarial, tem proporcionado um crescimento da demanda pelo setor têxtil e gerado um déficit de costureiras no Paraná. De acordo com dados compilados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a expectativa do saldo de empregos (contratações menos demissões) para este ano no estado é de apenas 5,2 mil, o que supriria 25% do que o setor necessita – cerca de 21 mil profissionais.

Um grande complicador é a falta de qualificação da mão de obra. Mesmo onde há escolas e cursos o treinamento não consegue acompanhar rapidamente o desenvolvimento tecnológico e a maioria dos profissionais aprende apenas a trabalhar com máquinas manuais.

Para Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o país não tem escolas preparadas para atender de forma adequada ao setor. "Há 30 anos que a nossa mão de obra é só de produtos básicos, para cortes de 30 a 50 centímetros, ou seja, para produtos básicos como camisetas, cuecas e outras peças que têm maior demanda. Nossas costureiras não estão acostumadas com alta tecnologia. Somente algumas empresas, em sua maioria pequenas, conseguem ter isso, agregando qualidade aos seus trabalhos. O nosso Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) não está preparado", diz.

Custo alto

Luiz Antonio Mendonça, gerente da unidade do Senai em Maringá – cidade que está localizada no maior polo têxtil do Paraná, na região Norte – diz que a instituição tem acompanhado a demanda do setor, mas os custos de máquinas eletrônicas é um obstáculo para as escolas. "No que diz respeito à confecção de roupas, o Senai está bem equipado. Temos máquinas tradicionais e eletrônicas. Talvez ficamos devendo um pouco com relação ao corte. Já existem equipamentos que fazem o corte eletrônico, mas são poucas empresas que usam essas máquinas e o Senai atua conforme a demanda. Além disso, o investimento nesses equipamentos é muito caro e o material é todo importado", explica.

Com esse cenário, resta às costureiras conseguir qualificação em máquinas eletrônicas no próprio mercado de trabalho. É o caso de Márcia Alessi, de 34 anos, que trabalha como costureira em Imbituva, nos Campos Gerais, maior polo têxtil do estado na categoria tricô. "Nos cursos pelos quais passei aprendi a trabalhar com máquinas manuais. Estou há seis anos em malharia e aprendi a usar equipamento computadorizado aqui no trabalho. Isso me rende um melhor salário, principalmente nessa época em que as roupas de lã estão vendendo bastante", relata.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]