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Confira o Índice de Expectativa das Famílias (IEF) |
Confira o Índice de Expectativa das Famílias (IEF)| Foto:

Shoppings

Setor não sentiu desaceleração

Os efeitos da desaceleração da atividade econômica resultantes da alta dos juros e das medidas macroprudenciais implementadas pelo governo ainda não afetaram as vendas do setor de shopping centers. O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, citou os altos níveis de emprego e renda, que continuam crescendo, como motivo para a manutenção do cenário de otimismo.

O dirigente avaliou que o setor poderá crescer este ano acima da estimativa inicial projetada pela entidade, de 9%. "O varejo de shopping centers tem uma blindagem maior em relação a fatores políticos e econômicos. Somos os últimos a sentir os impactos (da desaceleração) e os primeiros a reagir", disse.

Sazonalmente, as vendas do varejo de shopping centers são maiores no segundo semestre. A Alshop prevê aumento de 10% nas vendas para o Dia dos Namorados.

Apesar do cenário otimista traçado pela Alshop, o presidente da empresa de shopping center Sonae Sierra Brasil, José Baeta Tomás, observa que o ritmo de crescimento das vendas neste ano é inferior quando comparado aos últimos dois anos. "Questões como falta de mão de obra acabam gerando um compasso de espera na economia", disse.

A expectativa das famílias brasileiras em relação à economia brasileira recuou 6,4% de janeiro a maio deste ano, informou ontem o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Índice de Expectativas das Famílias (IEF) apurado pelo instituto em maio foi de 62,9 pontos, valor inferior aos 63,8 pontos de abril – em janeiro, o IEF era de 67,2. No entanto, o índice mantém a expectativa das famílias brasileiras no nível de otimismo, que vai de 60 a 80 pontos.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, destacou que 56,2% das famílias estão otimistas em relação à melhora das situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses. Entretanto, a proporção de famílias que prevê piora no quadro econômico aumentou cerca de 90% em relação a janeiro, alcançando 33,4% das 3,8 mil famílias pesquisadas em 214 municípios.

A pesquisa também destacou a queda de 13% na percepção sobre o momento atual para comprar bens de consumo duráveis nos cinco primeiros meses do ano. Em janeiro, 58,2% das famílias via o presente como bom momento para compras. Em maio, essa proporção foi de 50,3%. Nesse quesito, as famílias da Região Sul aparecem como as menos otimistas do país: apenas 35,1% consideram o momento atual bom para a compra de bens duráveis.

Calote

Em relação ao endividamento, houve aumento do porcentual de famílias sem dívidas, que atingiu 51,6% em maio. Entre os endividados, porém, aumentou muito a proporção das famílias que responderam que não terão condições de pagar: subiu de 32,2%, em janeiro, para 41,3% em maio, o maior patamar da série, iniciada em agosto de 2010.

"Do ponto de vista do crédito, há espaço para políticas públicas de maior acesso ao crédito. Por outro lado, há uma elevação dos que têm dificuldades para pagar as dívidas. Isso indica que haverá uma acomodação e as instituições financeiras deverão reavaliar a concessão de crédito", avaliou Pochmann em entrevista coletiva.

Para o presidente do Ipea, os dados da pesquisa confirmam a tendência de desaceleração do consumo, reflexo das medidas macroprudenciais do governo. Por outro lado, destacou que a pesquisa do Ipea ainda mostra otimismo das famílias no longo prazo e no mercado de trabalho, tendo em vista que 76,4% dos responsáveis pelos domicílios declararam-se seguros em relação à manutenção do atual emprego.

Dirigente lojista recomenda rigor na concessão de crédito

O crescimento de 8,21% na inadimplência nas vendas a prazo no varejo em maio, na comparação com o mesmo mês de 2010, levou a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) a reforçar o alerta para as empresas restringirem o crédito aos consumidores.

"É preocupante, porque já são quatro meses de aumento na inadimplência. A única coisa pior que não vender é vender e não receber", afirmou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro. No ano, o número de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) acumula alta de 3,61% .

"A inadimplência continua com viés de alta e a luz amarela, que já estava acesa, passou a ser laranja. Vamos retomar comunicado para as empresas associadas serem mais criteriosas na concessão de credito", disse Pellizzaro. "Não é negar crédito, mas limitar endividamento à capacidade de pagamento", acrescentou.

De acordo com o dirigente, a entrada de milhões de consumidores no mercado de vendas a prazo nos últimos anos também exige maior esforço na educação financeira desses novos clientes. "A grande questão é dosar a velocidade com que essa população toma crédito", completou.

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