A inauguração de uma loja das Casas Bahia na maior favela do Rio de Janeiro, a Rocinha, e a expansão do varejo para comunidades pacificadas da cidade ganharam destaque na Bloomberg, uma das principais corporações de jornalismo financeiro do mundo.
Em matéria publicada nesta semana, a Bloomberg ressaltou que o grupo Pão de Açúcar, dono das Casas Bahia, não é a único a visar novos clientes em favelas cariocas. A primeira varejista a abrir uma loja na Rocinha foi a Ricardo Eletro, em 2011.
Atraídas pela maior segurança nas comunidades, pelo aumento da renda da população e pela expansão recente do crédito no país, outras empresas estão abrindo lojas em áreas antes pouco exploradas pelo mercado.
Com milhões de moradores de favela ganhando agora salário de classe média, o consumo continua em alta mesmo com a desaceleração da economia, diz a Bloomberg. Segundo uma pesquisa feita pelo instituto Data Popular, cerca de 56% das pessoas que vivem em favelas eram de classe média em 2011, contra 29% dez anos antes.
Analistas consultados pela Bloomberg dizem que o cenário econômico indica que as ações do grupo Pão de Açúcar devem subir entre 20% e 30% no ano que vem, em parte devido às crescentes vendas a consumidores de baixa renda.
No dia de sua inauguração, em 6 de novembro, a loja da Rocinha vendeu dez vezes mais que as outras lojas da empresa em um dia normal, diz Roberto Fulcherberguer, vice-presidente da ViaVarejo, empresa controlada pelo grupo Pão de Açúcar que opera a marca Casas Bahia.
"Nós já estamos à procura de propriedades, seja para alugar ou para comprar, em qualquer comunidade que seja pacífica e que tenha proteção da polícia ou do exército", disse Michael Klein, presidente da ViaVarejo, no dia da abertura da loja.
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