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A economia cresce em ritmo acelerado, mas "sustentável", sem sinais de inflação por excesso de demanda e com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) devendo fechar 2010 "próximo de 4,5%". Esse é o cenário considerado pelo Ministério da Fazenda na edição de fevereiro do boletim "Economia Brasileira em Perspectiva".

O documento repete diversas vezes que o crescimento do País ocorre "sem pressões inflacionárias" - um recado endereçado ao Banco Central de que não é necessário subir a taxa básica de juros (Selic) na semana que vem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) tem uma nova reunião.

A Fazenda ressalta que, sem o item educação, que tradicionalmente sobe no início do ano, o IPCA de fevereiro teria tido alta de 0,46% e não de 0,78%, como ocorreu. "O primeiro bimestre de 2010 foi fortemente impactado por pressões inflacionárias advindas de reajustes em educação, açúcar e álcool, tarifas públicas e alimentos in natura", diz o texto. "Apesar das expectativas de mercado, esperamos IPCA anual próximo a 4,5%."

Em sua análise, o ministério de Guido Mantega afirma que a recuperação da crise se dá no formato de V, ou seja uma queda seguida de rápida retomada, demonstrando a capacidade de absorção de choques na economia brasileira. Ainda nesse capítulo, o texto traz análises setoriais evidenciando que os investimentos estão se recuperando de "forma robusta", devem crescer 16,1% neste ano (o maior dos últimos anos) e terão participação cada vez maior no crescimento.

A Fazenda ressalta que a demanda doméstica segue puxando a expansão brasileira e deve crescer 7,3% este ano. "É um nível de crescimento compatível com a capacidade instalada de produção", diz o texto, que mostra gráfico destacando que o nível de utilização da capacidade instalada na indústria (Nuci) ainda está quase 3 pontos porcentuais abaixo do auge de 86,7% atingido em meados de 2008, no pico da atividade econômica brasileira.

Ao mencionar a capacidade produtiva do País, os técnicos de Mantega destacam análise da Fundação Getúlio Vargas de que o crescimento recente no uso da capacidade instalada está concentrado no setor de bens de capital (ou seja, por conta dos investimentos), enquanto bens de consumo e intermediários tiveram recuo. A Fazenda também menciona dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que dizem que a capacidade produtiva cresceu 10% em 2009 e terá expansão de 15% em 2010.

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