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Os sócios Phillippe Santana, Adonis Batista e Lucas Kenji, da Get Out, têm a missão de facilitar a colaboração entre adeptos dos esportes radicais | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Os sócios Phillippe Santana, Adonis Batista e Lucas Kenji, da Get Out, têm a missão de facilitar a colaboração entre adeptos dos esportes radicais| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Saindo da rotina

Site criado por curitibanos reúne amantes de esportes radicais

A tão desejada vontade de "sair da rotina" virou não só o mantra mas o modelo de negócio da startup curitibana Get Out, criada há cerca de um ano pelos amigos Adonis Batista e Lucas Kenji. A plataforma digital faz a intermediação entre os que buscam emoções intensas e aqueles que têm os meios e a experiência para fornecê-las.

Por meio da Get Out (www.getout.me), qualquer pessoa ou empresa pode disponibilizar atividades de lazer, principalmente ligadas a esportes radicais, como montanhismo, trilhas de jeep ou acampamentos. A startup – que este ano teve a adesão do programador Phillippe Santana – faz uma espécie de curadoria dos eventos, participando das atividades e garantindo que quem inscreve a ação tem a estrutura necessária para agradar aos usuários da plataforma.

A startup fica com um porcentual da taxa de inscrição, e é esse recurso que já torna o serviço rentável, com uma média de faturamento mensal de pelo menos R$ 5 mil. Pode parecer pouco, mas pra quem entrou no mercado agora, é muito.

"Por enquanto, sabemos que é o momento de ser pequeno, de conhecer e definir o mercado que queremos atingir. A ideia é que a Get Out não seja só um classificado. Quando a atividade vai para o site, é porque sentimos que a pessoa quer fazer mesmo algo diferente", afirma Santana.

Até o momento, 188 atividades foram disponibilizadas por meio do site, com a participação de 539 pessoas.

  • Zaznu: O app brasileiro segue a linha de outras plataformas de carona já consolidadas no exterior, como o Lyft e Uber. Usuários cadastrados solicitam a viagem e motoristas que estão próximos optam por atender ou não o chamado. Já está disponível em Curitiba. Remuneração: o valor a ser pago ao motorista, via cartão de crédito previamente cadastrado, é sugerido pelo app ao fim da viagem, e depende da distância percorrida – o valor médio é de R$ 60 por hora dirigida. Site: zaznu.co
  • Bliive: Espécie de rede social, criada em Curitiba, em que os usuários trocam experiências e serviços. Cada um disponibiliza as habilidades que possui (como dar uma hora de aula de inglês ou de música) e aproveita para
  • Monkey Parking: Aplicativo que comprou uma briga com a prefeitura de São Francisco (EUA) ao
  • DogVacay: A plataforma cadastra usuários que se dispõem a receber em casa animais de estimação de estranhos, enquanto estes viajam ou estão trabalhando. Quem cuida do cachorro se compromete a mandar fotos dele diariamente para o dono. Remuneração: o pagamento é intermediado pela plataforma e a diária mínima é de US$ 25. O valor inclui um
  • Zilok: Permite que o usuário alugue para outras pessoas qualquer tipo de objeto ou bem que possui em casa, desde instrumentos musicais e ferramentas até smokings e automóveis. Remuneração: o valor do aluguel é pago por dia e depende do produto a ser disponibilizado. A diária de um violino, por exemplo, sai por US$ 20, enquanto um caiaque pode ser
  • Zopa: Plataforma do Reino Unido por meio da qual usuários podem tanto oferecer empréstimos em dinheiro quanto solicitar os recursos de outras pessoas cadastradas. Tem mais de 52 mil usuários. Remuneração: o usuário pode escolher por oferecer empréstimos a serem pagos em até três anos – onde a projeção de retorno é de 3,9% – ou em até cinco anos – quando o retorno previsto é de 4,9%. Assim como num empréstimo tradicional, os valores são pagos mensalmente. Site: zopa.com

Uma nova revolução, dentre tantas trazidas pelo boom da internet e das redes sociais, está em curso. Aplicativos e plataformas digitais, além de diminuir distâncias entre amigos de longa data, agora também estão sendo usadas para transformar ilustres desconhecidos em parceiros de negócios. Com apenas alguns cliques, é possível alugar o apartamento no fim de semana, emprestar uma máquina de costura, abrigar o cachorro de um estranho ou encontrar pela rua alguém disposto a pagar por uma carona.

Veja algumas plataformas de "economia compartilhada"

A utilização de apps e sites como o Airbnb e o Uber, usados respectivamente para a locação "informal" de imóveis e para transportar passageiros, tem suscitado discussões no mundo todo. Estas startups são o baluarte do que se convencionou chamar lá fora de sharing economy – fenômeno em que indivíduos oferecem seus bens e serviços para outras pessoas, usando plataformas digitais (veja alguns exemplos abaixo). No entanto, estes pequenos negócios não pagam impostos e ignoram a regulação de mercado.

O impasse fica mais evidente na polêmica envolvendo as caronas remuneradas, foco de aplicativos como o Uber, Lyft, Sidecar e o brasileiro Zaznu, que suscitaram a ira de taxistas. O Uber, que chegou ao Brasil há três meses, chegou a ser proibido pelas prefeituras do Rio e de São Paulo, que se baseiam no Código de Trânsito Brasileiro e na lei federal 12.468, de 2011, para reforçar que o transporte individual remunerado de passageiros é exclusivo dos táxis. "Independente da viagem ser oferecida por um aplicativo ou no boca a boca, é um transporte remunerado, mesmo que não haja lucro. E aí se instala uma relação de consumo, inclusive com responsabilidades a serem cumpridas pelo motorista", afirma o presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB-PR, Marcelo Araújo.

"Caminho sem volta"

O embate com a regulação legal não tem impedido os apps de crescer, até pela dificuldade na fiscalização. No exterior, alguns países e estados já vão na direção contrária: em vez de proibir, submeteram os serviços a uma série de regras. Na Califórnia, primeiro estado americano a legalizar as caronas remuneradas, há quase um ano, os usuários dos apps precisam de uma licença especial para operar e foram enquadrados em uma nova categoria de transporte.

"É um caminho sem volta. As pessoas agora começam a ser protagonistas da atividade econômica e as relações de trabalho vão precisar ser reinventadas. Hoje se fazem analogias com leis criadas para o mundo ‘presencial’, não para o digital", defende o coordenador do curso de Administração da Fiap, Cláudio Carvajal Jr.

Plataformas podem exigir adaptação das empresas já estabelecidas

Outra plataforma que permanece no centro de uma intensa discussão jurídica é o Airbnb, que permite a usuários alugarem seus quartos e casas para desconhecidos. Em abril, o site foi intimido a comparecer a um tribunal de Nova York porque estaria descumprindo uma lei que proíbe locatários de sublocarem seus apartamentos por menos de 30 dias. Criado em 2008, o Airbnb se autointitula um "mercado comunitário" para as pessoas anunciarem ou reservarem acomodações. O serviço está presente em mais de 34 mil cidades, incluindo Curitiba.

Para o economista Otto Nogami, professor do Insper, apesar da chamada sharing economy ainda ser incipiente no Brasil, tanto o poder público quanto os mercados tradicionais precisarão se adaptar em breve às novas plataformas. "Estamos muito apegados às leis existentes, que cobram impostos e regulam o mercado, mas a partir do momento em que começam a existir esses novos meios de comunicação e interação, o poder público tem que começar a repensar todo esse modelo. E os profissionais que atuam hoje vão ter que se adaptar à nova realidade, ajustando seus preços e talvez criando um diferencial", afirma.

Plataformas de "economia compartilhada"

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