A melhora da economia europeia poderá trazer algum risco para a inflação brasileira ao longo do segundo semestre de 2012, avaliou o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, durante entrevista coletiva online, nesta quarta-feira (1º), na qual comentou os números da Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado de janeiro. O levantamento, feito entre os dias 26 e 31 de janeiro, colheu as expectativas de 30 instituições bancárias para 2012 e 2013.
"Se a melhora da economia europeia, por um lado, é bom para o crescimento da economia, pode também trazer alguma pressão inflacionária", disse Sardenberg. Ainda assim, de acordo com ele uma eventual pressão inflacionária não deverá trazer prejuízos para a trajetória de corte da taxa básica de juros que deverá continuar caindo até atingir o patamar de 9,50% ao ano.
"É uma questão (inflação) que deve ser monitorada, mas não está colocada para o primeiro semestre e não afeta a trajetória de cortes de juros", diz Sardenberg. A expectativa do economista, de que uma pressão inflacionária no segundo semestre não afetará a trajetória de queda da Selic, está em linha com as expectativas dos bancos, que projetam mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual nos juros e também com o calendário de reuniões do Copom, que prevê uma reunião em março e outra em abril - ambas, portanto, no primeiro semestre.
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