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O Federal Reserve expressou nesta quarta-feira (4) confiança crescente de que a recuperação da economia está ocorrendo, mesmo repetindo o compromisso de manter o juro básico próximo de zero "por um período prolongado".

Numa decisão unânime e já esperada por analistas, o Fed manteve a taxa básica no intervalo entre zero e 0,25 por cento.

O banco central norte-americano avaliou que a economia continuava crescendo desde o último encontro de política monetária, em setembro, mas expressou preocupação de que a recuperação será lenta.

"Os gastos das famílias parecem estar se expandindo, mas continuam limitados pelas perdas de emprego, lento crescimento da renda e crédito apertado", avaliou o Fed no comunicado que acompanhou a decisão.

O Fed também afirmou que comprará cerca de 175 bilhões de dólares em dívida emitida por agências ligadas a hipotecas, menos que o teto de 200 bilhões de dólares anunciado originalmente, citando disponibilidade limitada.

"Eu diria que não há surpresas. Se há alguma surpresa, parece ser o fato de não ter nenhuma pista sobre se eles vão elevar a taxa em breve", disse Robert Macintosh, economista-chefe da Eaton Vance, em Boston. "Temos uma série de reuniões do Fed antes de ver algum tipo de aumento."

Mais otimista, mas ainda preocupado

O comunicado do Fed pareceu um pouco mais otimista que o divulgado em setembro, que avaliou que os gastos estavam "se estabilizando".

Mas também foi mais explícito ao dizer porque espera manter a taxa excepcionalmente baixa por um período prolongado, ao citar "taxas baixas de utilização dos recursos, inflação controlada e expectativas de inflação estáveis".

O Fed, receoso de minar a recuperação ainda frágil ao retirar as medidas de estímulo muito prematuramente, também está de olho em indícios de que seus esforços emergenciais para promover o crédito estejam alimentando um indesejável surto de inflação.

Mas importantes autoridades do Fed, entre elas o chairman da instituição, Ben Bernanke, têm dito que a recessão nos Estados Unidos, a mais profunda desde a década de 1930, tem deixado um legado de alto nível de desemprego e fábricas paradas, o que deve manter as pressões de preços sob controle.

Um relatório privado divulgado nesta quarta-feira mostrando que as empresas cortaram postos de trabalho no menor ritmo em mais de um ano pode contribuir para uma avaliação de que a economia está se movendo na direção correta.

Porém, embora se espere que o governo informe na sexta-feira desaceleração das demissões no país, é esperado também que a taxa de desemprego suba a 9,9 por cento, renovando a máxima em 26 anos.

A maior economia do mundo cresceu a uma taxa anual de 3,5 por cento no terceiro trimestre, expansão maior que a esperada.

Sugerindo mais força na economia, dados mostraram na segunda-feira que a atividade manufatureira atingiu no mês passado o patamar mais alto em três anos e meio, mesmo com um relatório nesta quarta-feira revelando que o setor de serviços está crescendo apenas modestamente.

Embora os prognósticos tenham melhorado, muitos economistas ainda esperam que a retomada seja lenta e que seja necessário que o Fed mantenha a política de afrouxamento monetário por um período mais longo.

Acredita-se que o desemprego cresça no próximo ano, abatendo os gastos dos consumidores, que respondem por cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). O sistema bancário ainda está sob pressão por conta de perdas com empréstimos, enquanto o crédito permanece contraído.

A maioria dos analistas espera que o Fed mantenha o juro básico até meados de 2010 ou depois.

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