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O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, fala a jornalistas em Washington | REUTERS/Kevin Lamarque
O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, fala a jornalistas em Washington| Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O Federal Reserve reduziu nesta quarta-feira (22) as previsões para o crescimento econômico dos Estados Unidos, mas não sinalizou estímulos monetários adicionais, dizendo que a recuperação do país deve ganhar força em breve.

Em projeções trimestrais divulgadas no final de dois dias de reunião, o banco central norte-americano cortou as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e do próximo.

Embora tenha atribuído parte da desaceleração recente e da aceleração da inflação a fatores transitórios, o chairman do Fed, Ben Bernanke, disse que alguns dos desafios que os EUA enfrentam podem trazer prejuízos duradouros para a economia.

"Parte da desaceleração é temporária e parte dela pode durar mais", disse a jornalistas.

Segundo o Fed, a economia dos EUA deve crescer entre 2,7 e 2,9 por cento neste ano, ante previsão anterior entre 3,1 e 3,3 por cento. Para 2012, o Fed vê expansão na faixa de 3,3 a 3,7 por cento, taxas também menores que as estimadas antes.

Em comunicado, o Fed apontou que a alta dos preços das commodities e interrupções na cadeia industrial após o terreomoto do Japão pressionaram o crescimento e elevaram a inflação nos EUA, mas que esses fatores devem ser dissipados ao longo do tempo.

Como esperado, o Fed repetiu que manterá a taxa básica de juros excepcionalmente baixa por um período prolongado, e também confirmou que encerrará o programa de compra de ativos no fim deste mês, embora tenha reiterado que continuará a reinvestir o pagamento do principal.

Durante discussão que tocou em questões tão diversas como os problemas econômicos da Grécia e o tamanho das reservas que os grandes bancos deveriam ter, Bernanke admitiu que as esperanças dos EUA são quase reféns dos acontecimentos na Europa.

"Se houver um fracasso em resolver essa situação (da dívida grega), isso traria ameaças para o sistema financeiro europeu, o sistema financeiro global e à unidade política europeia", disse ele. "Então, sim, nós discutimos isso e isso é um dos vários riscos financeiros potenciais que enfrentamos agora."

Longo período de lentidão

Dois anos depois do fim da recessão dos EUA, a recuperação parece fraca e decepcionante.

O Fed reduziu as expectativas sobre o mercado de trabalho, dizendo que o nível de ocupação tem sido "mais fraco que o antecipado", e piorou as previsões para a taxa de desemprego.

De acordo com o Fed, a taxa de desemprego deve ficar na média de 8,6 a 8,9 por cento no quarto trimestre, recuando um pouco em relação à leitura de 9,1 por cento registrada em maio, mas subindo frente às projeções anteriores.

Mesmo em 2013, o Fed disse que o desemprego ainda continuará consideravelmente acima do patamar tido como consistente com uma situação de pleno emprego.

A previsão de inflação ficou quase estável, entre 2,3 e 2,5 por cento para este ano. Mas a estimativa para o núcleo da inflação, que exclui os custos de alimentos e energia, subiu da faixa de 1,3 a 1,6 por cento para a faixa de 1,5 a 1,8 por cento.

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