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Guia digital da feira, em um smartphone: nova mídia, novos conteúdos | Peter Hirth/Frankfurter Buchmesse
Guia digital da feira, em um smartphone: nova mídia, novos conteúdos| Foto: Peter Hirth/Frankfurter Buchmesse

O velho e o novo se encontraram, na semana passada, na Feira do Livro de Frankfurt. A definição é dos próprios envolvidos, as editoras de livros (a velha indústria) e as empresas de tecnologia (as novas mídias). O encontro foi menos tenso do que no ano passado, quando especulava-se sobre os danos que o lançamento do Google Editions poderia provocar ao mercado editorial, mas o tema dominou as discussões.

Em um ano, muita coisa ocorreu para pacificar o mercado. A principal mudança foi o surgimento do iPad e a consolidação da competição entre os leitores eletrônicos. Esse fato foi fundamental porque se refletiu diretamente no tema mais sensível para as editoras: o preço. A concorrência já tem feito com que o valor dos repasses de empresas como Apple e Amazon, que detêm as principais plataformas de leitores de e-books, se ele­­vassem, como forma de garantir o acesso aos conteúdos.

Os livros eletrônicos foram o tema do Frankfurt Sparks ("Faís­­cas de Frankfurt"), um conjunto de debates, conferências e en­­contros. Além dele, outros 350 eventos paralelos à feira estavam ligados às mídias digitais. Entre eles estavam debates sobre os limites da narrativa que se torna possível com os novos meios de leitura. No Film & Media Forum, o tema da conferência foi a confluência de cinema, literatura e videogames, três formas de arte que são conduzidas pela narrativa, cada uma à sua forma.

Previsões foram feitas: "Den­­­­tro de cinco anos, os li­­vros serão mais frequentemente produtos cross-media, com som embutido, imagens em movimento, links para a internet e, possivelmente, alguns elementos jogáveis, como games de realidades alternativas", observou o consultor Juliane Schulze, sócio da empresa Peacefulfish. E, apesar de ser o elo mais fraco da cadeia (por ser o mais antigo e "antiquado"), o livro tem uma vantagem. "É importante para as editoras ter em mente que elas controlam o melhor conteúdo. E, para ter sucesso de verdade, a única coisa que importa é um conteúdo excelente", lembrou Lorna Evans, gerente de projetos da associação de desenvolvedores de games do Reino Unido.

O mercado editorial tende a absorver cada vez mais os livros eletrônicos, e isso se reflete na feira de Frankfurt, a maior do gê­­nero no planeta. Daqui a três anos, os brasileiros terão condições de observar isso in loco. Em 2013 o país será o convidado de honra do evento – este ano foi a Ar­­gen­­tina, com di­­reito até a lançamento de livro de Ma­­ra­­do­­na e a discurso de Cristina Kirch­­ner; 2011 será a vez da Islândia. Como parte do acordo, o Ministério da Cultura comprometeu-se a investir 160 mil euros na tradução de obras brasileiras para diversos idiomas mundo afora.

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