Uma feira com centenas de tipos de produtos agroecológicos encerra hoje o 2.º Paraná Orgânico, que reúne cerca de 2 mil produtores no Parque Newton Freire Maia (antigo Castelo Branco), em Pinhais. O evento teve dois dias de atividades técnicas e será encerrado com a mais variada exposição do setor já feita no Paraná.
A diversidade de artigos e técnicas orgânicas é atribuída à ampliação da produção no estado, que foi de 78 mil toneladas no último ano e deve crescer cerca de 30% nesta safra, conforme o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A feira inclui de frutas, legumes e verduras a alimentos industrializados como café, biscoitos e erva-mate. Os agricultores vendem também peças artesanais como cestos de palha e colares de sementes.
"A parte vegetal da produção orgânica vem crescendo muito todos os anos. Está chegando a vez da criação de animais no sistema orgânico. Há todo um mercado que se abre quando se abandona o uso de produtos sintéticos", afirma Airton Brisolla, diretor do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, o CPRA.
Ele diz que, apesar de a produção estar avançando a passos largos, ainda há muito o que fazer em termos técnicos no Paraná. Brisolla considera que, quando surge uma praga na lavoura orgânica, o agricultor não pode apelar aos defensivos disponíveis no mercado. "Ele precisa conhecer profundamente sua cultura para encontrar uma solução natural."
Os exemplos de controle natural de pragas se multiplicam. Produtores de verdura plantam flores coloridas na horta para atrair borboletas evitar que elas prejudiquem as plantas mais frágeis. Pés de urtiga ajudam no combate a insetos como a vaquinha. Na soja orgânica, principal produto de exportação do setor, lagartas mortas são batidas no liquidificador para a produção de um inseticida biológico, técnica desenvolvida desde a década de 80.
Em algumas culturas, como a do café, esses mecanismos estão desenvolvidos a ponto de o risco do sistema orgânico se equiparar ao do convencional, conta o produtor Ivacir João da Silva, de Nova Aurora (Oeste). Ele abandonou o uso de produtos sintéticos há quatro anos. "Os gastos são os mesmos e o preço do orgânico é melhor", comemora. Ele recebe R$ 5 por quilo, R$ 1,5 a mais do que o preço pago pelo café comum. Sua intenção agora é converter também a lavoura de soja, para atender importadores da Europa.
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